Enganam-se os que pensam que a vida é feita das grandes coisas. Infelizmente, nossa cultura ocidental está impregnada de uma lógica, baseada em conceitos de super, hiper e mega, que vemos em apelos como “seja um super pai”;” tenha uma hiper felicidade”; “realize um mega sonho”. Esses apelos são o reflexo de como a valorização da grandeza é dominante em nossa sociedade.
Ninguém precisa de muita coisa para ser feliz. Todavia, quando algumas pequenas coisas faltam, é difícil concretizar o sonho de felicidade. Uma esposa, por exemplo, não precisa de presentes caros e muitas jóias para ser feliz. Basta o amor do marido manifesto em gestos simples, como um abraço, um olhar carinhoso e outras pequenas atitudes que a façam sentir-se segura, amada e especial.
Os filhos não precisam de brinquedos sofisticados, envoltos em embalagem gigantes, para se tornarem crianças saudáveis. Carinho, amor, companhia e atenção dos pais são também maneiras lúdicas de presentear os filhos, aliás, são pequenos gestos insubstituíveis na vida de uma criança. O tamanho de uma casa não significa que ali mora uma família feliz. O dinheiro compra até uma mansão, mas não a paz, o carinho, o amor e a ternura, indispensáveis para a felicidade no lar.
Estamos cada vez mais nos esquecendo de detalhes essenciais à vida, como cortesia, solidadriedade, atenção, uma visita, uma palavra amiga, uma mão estendida, um gesto de perdão. O silêncio e a simplicidade de um quarto proporcionam mais intimidade com Deus do que a liturgia das grandes catedrais.
Não foi por acaso que Jesus Cristo afirmou: “Tive fome, e destes-me de comer, tive sede, e destes-me de beber, era estrangeiro, e hospedastes-me, estava nu, e vestistes-me, adoeci,e visitastes-me, estive na prisão, e fostes ver-me. Em verdade, vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. Mateus 25.35,40.
A grandiosidade está presente em gestos e coisas aparentemente pequenas.