A falta de um orçamento próprio para o caixa dos partidos políticos paraibanos já ameaça a estrutura das campanhas majoritárias e proporcionais das eleições municipais de 2012. Os dirigentes partidários afirmam que não há como as legendas arcarem com as despesas. Segundo eles, as legendas dependerão das doações de pessoas físicas e jurídicas e, em alguns casos, do repasse da cota partidária.
Com relação às despesas de campanha, há uma dinâmica diferenciada entre os partidos. No PMDB, o presidente estadual da legenda, Antônio Sousa, disse que o partido não tem obrigação de financiar as campanhas, nem para prefeito e nem para vereador. Segundo ele, esta é uma obrigação dos próprios candidatos. “No máximo o partido dará um apoio logístico”.
No PT, há um tratamento distinto para os candidatos da chapa majoritária e da proporcional. De acordo com o presidente da Executiva Municipal de João Pessoa, Antônio Barbosa, os candidatos a vereadores não recebem ajuda financeira do partido, “já o candidato a prefeito conta com o repasse do fundo partidário”.
Prezando pela igualdade na disputa, o PSDB, o DEM e o PSD pretendem dar apoio logístico e financeiro tanto aos candidatos a prefeito como aos vereadores. Já os partidos “nanicos”, tratam seus candidatos de igual para igual e as campanhas serão financiadas com recursos próprios e com recursos de doações.
Candidatos a vereador arcam com despesas
Antônio Barbosa alertou aos pré-candidatos a vereador do Partido dos Trabalhadores que eles terão que arcar com as despesas de suas campanhas, pois a única ajuda que poderá ser dada pela Executiva Municipal será com material gráfico, caso seja doado pelo Diretório Nacional. Segundo Barbosa, “a campanha proporcional é de responsabilidade de cada candidato e eles terão que correr atrás dos recursos”.
O petista declarou que, o apoio financeiro dado a chapa majoritária não se estende aos vereadores e “eles terão que se autofinanciar, porque o partido não tem recursos para este fim”. Antônio Barbosa explicou que em março o PT realizará um grande evento com cerca de três mil filiados que deve render cerca de R$ 45 mil para a legenda, “mas este dinheiro não dá para pagar as despesas da candidatura de um vereador”.
De acordo com Antônio Barbosa, os recursos deverão ser capitados por um comitê financeiro que será constituído após a oficialização das candidaturas. Na ocasião, ele reafirmou que o Diretório não tem condições de financiar as campanhas proporcionais e reforçou que, “este comitê tem que ir atrás dos recursos e promover eventos para arrecadar fundos”.
Antônio Barbosa disse também que, com relação aos demais partidos, as candidaturas do PT são mais baratas, “porque contam com os companheiros que vestem a camisa e não são remunerados”.
DEM está sem caixa
O presidente do Diretório Municipal do Democratas de João Pessoa, João Bosco dos Santos Filho (Bosquinho), disse que, no momento, o caixa do partido “está vazio”. Segundo ele, a legenda dependerá exclusivamente dos recursos oriundos das doações e do apoio da Executiva Nacional para pagar as despesas dos candidatos nas eleições deste ano.
Recém-criado, o PSD também se encontra na mesma situação. A presidente municipal da legenda, vereadora Raíssa Lacerda, explicou que “hoje não existe caixa no partido”. No entanto, ressaltou que está aguardando o repasse de verbas da Executiva Nacional. Segundo ela, isto pode acontecer a qualquer momento. Mesmo assim a vereadora deixou claro que o partido “não tem condições e nem o interesse de lançar candidatura própria para prefeito da Capital”. Segundo ela, o PSD também deverá contar com as doações para financiar as campanhas dos candidatos a vereador.
Já o presidente do Partido dos Trabalhares da Capital, Antônio Barbosa, afirmou que o PT irá ajudar os candidatos no que for possível, mas adiantou que a legenda não tem como bancar a campanha, seja ela para vereador ou para prefeito. O petista destacou que, uma campanha eleitoral tem custos elevados e “nós teremos que correr atrás de recursos”.
Já o presidente do PSDB de João Pessoa, deputado federal Ruy Carneiro, declarou que, o partido irá ajudar os candidatos de alguma forma, mas eles também terão que ir em busca de doações
Por outro lado, o primeiro secretário do partido, João Fernandes, afirmou que a PSDB sempre financiou a maior parte da campanha e que o restante é fruto de doações da sociedade. “O partido tem condições de financiar a campanha de seus candidatos, tanto que, quando Ruy e João Gonçalves disputaram a prefeitura nós não bancamos sozinhos, porque os recursos vieram de outras fontes”, assegurou Fernandes.
Dinheiro limitado no PMDB
O presidente estadual do PMDB, Antônio Sousa, garantiu que o partido não tem obrigação de arcar com os gastos de campanha de nenhum candidato. Ele explicou que quem arca com estas despesas é o próprio candidato. Segundo ele, a legenda não tem como suprir com as necessidades financeiras dos candidatos, pois os recursos disponíveis só dão para os gastos de manutenção do Diretório.
Sousa revelou que o PMDB da Paraíba estava sem receber o fundo partidário há um ano. “Este dinheiro é limitado para pagar os gastos de manutenção da Executiva e não temos como destiná-lo para campanha eleitoral”, alegou o diretoriano. Ele enfatizou que a responsabilidade da organização da campanha para prefeitos e vereadores é da Executiva Municipal.
“O Diretório Municipal é quem organiza o comitê financeiro para angariar recursos e as grandes financiadoras das campanhas são as doações advindas de pessoas físicas e jurídicas”, disse Antônio Sousa. Ele destacou que o partido ajuda com alguma coisa, “mas é um apoio que chega a ser insignificante”.
PSB supre as necessidades
O presidente do Diretório Municipal do PSB de João Pessoa, Ronaldo Barbosa, revelou que, o partido não tem nada em caixa reservado para o financiamento da campanha socialista nas eleições de 2012. Segundo ele, qualquer coisa relacionada a isto só será tratado após a convenção partidária, que está prevista para acontecer em julho, momento em que será definido o comitê financeiro de campanha para prefeito da Capital.
No entanto, ele adiantou que o caixa do partido está “normal e suprindo as despesas com os funcionários”. O socialista evitou dar detalhes da estratégia que o partido utilizará para levantar fundos para financiar as candidaturas das chapas majoritária e proporcional.
“Não há como falar sobre isto ainda. Isto só será visto depois, porque depende de como será feita a coligação”, revelou Barbosa. No caso da chapa majoritária, ele disse que esta questão depende também de “quem será o vice para a partir daí podermos definir os gastos”.
Correio da Paraíba