Isolado e sem apoio da maioria da bancada do PP na Câmara e no Senado, o ministro Mário Negromonte (Cidades) transformou-se em um figurante dentro do próprio partido. O racha ficou evidente ontem em reunião do partido em que os poucos deputados que tentaram sair em sua defesa foram impedidos pelo presidente da sigla, senador Francisco Dornelles (RJ).
"Cargo não me comove. Não tenho apego e não fico de joelho para ninguém por causa de cargo", disse Negromonte. O ministro, ao tentar mostrar força dentro do partido, contou que há um abaixo-assinado com quase 30 assinaturas – do total de 38 deputados – que apoiam sua permanência na pasta.
Segundo o secretário de Infraestrutura do Paraná, Ricardo Barros, o deputado Roberto Brito (BA) foi quem começou a passar o documento na bancada a pedido de Negromonte. "Agora estão querendo transformar isso em uma moção de apoio ao Negromonte. Mas aí vai todo mundo tirar a assinatura", previu Barros.
Ao sair em defesa de Negromonte, o deputado Vilson Covatti (RS) quase bateu boca com Dornelles. O senador disse ao colega que ele estava "criando constrangimento para todo mundo, para grande parte do partido". Covatti não gostou, e Dornelles depois pediu desculpas. Mas não perdeu a piada: "Não há reunião política sem bêbado e sem doido. Isso dá sorte".
Estadão