Médicos intensivistas com experiência em Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) passaram pelo primeiro Curso de Capacitação para Determinação de Morte Encefálica, promovido pela Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Central de Transplante da Paraíba, em parceria com o Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB). Eles foram instruídos durante oito horas, sendo quatro delas com conteúdo teórico e as outras quatro com prática.
O Conselho Federal de Medicina (CFM), através da Resolução 2.173 de 2017, tornou obrigatório o início dos procedimentos para determinação de morte encefálica para todos os pacientes que apresentem coma não perceptivo, ausência de reatividade supraespinhal e apneia persistente e que atendam pré-requisitos determinados. Esses procedimentos devem ser realizados por dois médicos diferentes, especificamente capacitados para determinação de morte encefálica.
“Diante desta nova resolução, havia a necessidade de realizar uma capacitação de médicos intensivistas, principalmente porque vai influenciar diretamente na captação de órgãos. Certamente, com um maior número de profissionais capacitados e envolvidos na determinação da morte encefálica, a captação de órgãos vai ser mais eficiente e, consequentemente, as filas para transplantes minimizadas”, disse o presidente no CRM-PB, João Medeiros.
Antes da resolução, alguns critérios deixavam dúvidas quanto ao início de um processo de diagnóstico de morte encefálica. O curso apresenta e cumpre os novos critérios e, dessa forma, os médicos terão segurança para abrir um protocolo para a determinação de morte encefálica.
“Os alunos presentes nos cursos são médicos que já têm experiência com pacientes críticos e são profissionais que lidam diretamente com possíveis mortes encefálicas. Eles têm que saber identificar esse paciente para que se conclua a morte e, quando concluída, o corpo deve ser entregue aos parentes e a família tem a opção de ser ou não doadora de órgãos”, explicou a diretora da Central de Transplantes da Paraíba, Gyanna Lys Montenegro.
Este é o primeiro curso para determinação de morte encefálica ministrado na Paraíba, com instrutores de Pernambuco. Mas, já existem instrutores treinados no Estado para desempenhar as próximas edições, como a que acontecerá em Campina Grande, no próximo sábado (9).
“O curso é muito bacana e é pautado conforme as recomendações e orientações do CFM. Além da teoria, os médicos discutem casos clínicos e contam com o auxílio de um instrutor para cada oito alunos nas aulas práticas, tirando as dúvidas e compartilhando informações”, disse a médica intensivista da Central de Transplantes de Pernambuco, Karina Monteiro.