Um sermão feito no dia 31 de janeiro pelo padre Antônio Evandro de Oliveira, da Paróquia de Livramento, na região de Patos, sertão da Paraíba, tem repercutido intensamente nas redes sociais e gerou o repúdio do Movimento do Espírito Lilás, entidade que defende os direitos da comunidade LGBTQI+. É que o religioso se referiu aos transexuais como “aberrações”.
O comentário foi inserido no momento em que o padre se referia a uma matéria que tratava do suposto registro de crianças sem a determinação de sexo para que elas pudessem decidir quando crescessem: “Isso é uma aberração! Estão cegos? Querem negar o que Deus criou?”.
O tema comentado pelo padre refere-se ao entendimento jurídico de que crianças que nascem sem o sexo definido como masculino ou feminino, em condição conhecida como Anomalia de Diferenciação de Sexo (ADS) e comumente chamadas de Intersexos, já podem ser registradas com o sexo “ignorado” na certidão de nascimento nos estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, até que exames complementares apontem uma definição.
Em determinado trecho de sua pregação, Padre Antônio Evandro rejeita veementemente a descrição de mulheres e homens trans: “Tudo bem se a pessoa se sente mulher. Que o seja. Sente, mas ela não é mulher. ‘Não que eu sou mulher, que quero ser mulher’. Não, tem isso não. Você quer ser, mas você não é mulher coisa nenhuma. Você é porque você quer ser. Mas na verdade fisicamente você não é”.
Para o padre, a “culpa” pela transexualidade seria do poder legislativo “que aprova essas coisas”. “Não estou falando só do Brasil. É do mundo todo. Quem aprova essas aberrações é o parlamento”.
O Big Brother Brasil da Rede Globo também mereceu críticas ferrenhas do padre de Livramento. “Tem cinco LGBTs. Que aberração a Globo quer fazer? Quer empurrar goela abaixo os LGBTs. Respeitar é uma coisa, mas querer que aceitamos é uma coisa diferente. Isso não é homofobia, mas ética. O programa é uoma safadeza”.
Por causa das declarações do padre, o Movimento do Espírito Lilás (MEL) emitiu uma nota: