Cláudia Carvalho

Cláudia Carvalho é editora e diretora do ParlamentoPB, jornalista e radialista, mestre em Jornalismo Profissional pela UFPB
Cláudia Carvalho

Os números do IPEC a pouco mais de um mês das eleições

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Os números da pesquisa Ipec foram divulgados nesta segunda, 29 de agosto pela Rede Paraíba de Comunicação. Ipec é um instituto de pesquisa formado por ex-executivos do Ibope, que fechou as portas no ano passado. Muita gente pensa que o Ibope fracassou por causa de questionamentos aos resultados de pesquisas mas o encerramento das atividades não teve nada a ver com isso. O que fez o Ibope acabar foi um termo de licenciamento da marca que durou 79 anos.

Bom, mas vamos aos números. Para o Governo da Paraíba, o Ipec indica a vantagem do atual governador Joao Azevedo, que disputa a reeleição. Ele tem 32% das intenções de voto. Quando chegamos ao panorama de segundo lugar, um empate triplo aparece. Pedro Cunha Lima do PSDB tem 16%, Nilvan Ferreira do PL tem 15% e Veneziano Vital do Rêgo, 14%. É um quadro de empate técnico.

O IPEC, assim como os outros dois institutos que realizaram levantamentos sobre as eleições na Paraíba indicam o mesmo cenário: João Azevedo lidera, mas a corrida pelo Palácio da Redenção só será definida no segundo turno. João tem adversários fortes que não podem ser subestimados e ele precisará ter cuidado na campanha para não se envolver em grandes polêmicas porque sua vantagem não é confortável. Igualmente os três adversários. Pedro, Nilvam e Veneziano têm ótima capacidade argumentativa.

Quanto ao Senado, a situação é peculiar. Ricardo Coutinho lidera , mas está inelegível. Não há sinal de que o STF vá julgar os recursos do petista e reverter essa condição que lhe foi imposta pelo TSE em 2020. e mesmo que julgue os recursos, não há garantia de que Ricardo consiga ser elegível. Enquanto isso, ele toca a campanha com naturalidade enfatizando tanto quanto pode que é candidato sim e não existe plano B.Mas existe. Quando faltar 20 dias para as eleições, se continuar inelegível, Ricardo provavelmente vai retirar seu nome e indicar uma substituta. Falo no feminino porque será Amanda Rodrigues, a esposa, que terá essa missão.

Com esse quadro emocionante envolvendo Ricardo, Efraim já está fazendo festa e pensando no terno da posse. Mas, é bom lembrar o óbvio: o jogo só termina quando o juiz apita. efraim, pelo IPEC, tem 20%. Em terceiro aparece Pollyana Dutra, do PSB, que impressiona por ter surgido dia desses e já incorporar o peso que tem um governo. Claro que há também o talento da própria ex-prefeita, mas num curto espaço de tempo ela já aparece com metade dos votos manifestados a Efraim que está em campanha há mais de um ano. Bruno Roberto, com todos os vídeos e as menções ao presidente Jair Bolsonaro ficou com 5%.

Impressiona também que Sérgio Queiroz (PRTB) e Manoel Messias (PCO) tenham empatado cada um com 2%. Manoel não apareceu ainda na campanha. Não foi a nenhuma entrevista nem debate. Sem querer desmerecer, mas apenas analisando um fato concreto: ninguém sabe quem é ele. Sergio Queiroz é um pastor de protagonismo há décadas na Paraiba que tem cumprido uma agenda intensa e utilizado sua oratória qualificada para se destacar na imprensa. Finalmente, André Ribeiro (PDT) e Alexandre Soares (PSOL) ficaram com 1%. Pouquíssimo para a capacidade apresentada por ambos nos debates e entrevistas. Sem falar que PSOL e PDT não são partidos pequenos… esses dados são de estranhar

Votos brancos e nulos corresponderam a 18% entre os eleitores paraibanos para o Senado e aqueles que não sabem ou não responderam foram 13%.

Estamos a pouco mais de um mês das eleições. O tempo é curto para mudanças consistentes nas intenções de voto. Sendo assim, para o Governo, os três candidatos que querem estar no segundo turno terão que se movimentar para conseguir atrair mais eleitores. Resta saber se vão mirar a artilharia uns nos outros ou se partirão para o alvo João Azevedo.

No que diz respeito ao Senado, Efraim parece estar contando mais com os obstáculos jurídicos de Ricardo Coutinho que propriamente em rivalizar com o adversário. Talvez porque tenha dificuldade em bater no Mago de quem não faz muito tempo era aliado próximo. E como Ricardo deixou claro no debate da Band, ele sabe o que todos fizeram no verão passado.

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