Um relatório que já está disponível para estudo dos técnicos da equipe de transição do governador eleito Ricardo Coutinho (PSB) dá uma dimensão do que poderá esperar a próxima gestão do Estado em termos de “bombas” armadas nos frios números do Orçamento projetado para 2011 – que está estimado em pouco mais de R$ 7 bilhões. A rigor, há um pequeno crescimento em relação a 2010, executado sobre uma projeção de R$ 6 bilhões -, mas importantes áreas sofrem cortes profundos da tesoura da Secretaria de Planejamento do Governo Maranhão III.
Em praticamente todas as áreas, há cortes consideráveis de recursos. Saúde (tem R$ 61,7 milhões de redução) segurança (terá a menos mais de R$ 50 milhões) e educação (com tesouradas em toda sua estrutura), apontados como os mais prioritários pelo atual governo – têm, no próximo ano, um cenário preocupante.
“Precisaremos ter bastante cuidado para evitar o caos plantado como “minas” dentro de um orçamento cheio de falhas”, recomendou Ricardo Coutinho à sua equipe de transição.
Na última quinta-feira, em reunião com deptutados estaduais, consciente dos problemas criados, o governador eleito pediu que se adie a votação do Orçamento para o início do próximo ano. “É uma cautela saudável e necessária”, garante Ricardo.
Barbosa fará denúncia na Assembleia
O deputado Ricardo Barbosa (PSB), líder da oposição, promete fazer um duro pronunciamento esta semana contra as “bombas” do Orçamento para o próximo ano. “É absurdo e inconcebível”, critica o deputado, confessando-se escandalizado pela forma como a equipe do atual governo vem conduzindo um processo de transição e de transferência de problemas.
Ricardo Barbosa lamenta que a equipe do atual governo crie artificialmente essas manobras no Orçamento 2011 para tentar prejudicar o Estado e seu povo, exatamente a partir do primeiro ano do governo de Ricardo Coutinho. (MA)
Raniery diz ser “teoria da conspiração”
Para o deputado Raniery Paulino (PMDB), assim como o colega Ricardo Barbosa, muitos integrantes da equipe do governador eleito Ricardo Coutinho estão se envenenando por uma “ridícula teoria da conspiração”.
Para Paulino, existem claros exageros na reação a uma proposta orçamentária em estudo para o próximo ano e chama a atenção de que caberá à Assembleia, dentro de suas prerrogativas, fazer as alterações que considerar plausíveis no projeto de lei.
Segundo o deputado do PMDB, não há surpresas no tipo de postura adotada por Ricardo Barbosa, mas ele lamenta que, à essa altura, “se faça tanto barulho por nada” no atual processo de transição. (MA)
Jornal da Paraíba