A sessão extraordinária convocada para apreciar sete projetos de origem do Governo do Estado começou com polêmica na Assembleia Legislativa. Primeiro orador inscrito no pequeno expediente, o deputado estadual Aníbal Marcolino (PSC) fez duras críticas à iniciativa e questionou os motivos pelos quais o parlamento estadual foi chamado àquela votação, além de acusar o Governo de querer afrontar os parlamentares com a proposta de permuta do terreno da Acadepol, em Mangabeira, por uma área no Ernesto Geisel. O oposicionista chegou a dizer que a matéria deveria ser retirada de pauta "em respeito" à Casa Epitácio Pessoa:
– Nós já havíamos encerrado o semestre, o presidente desta Casa já havia agradecido aos funcionários e aos deputados pelo trabalho no primeiro semestre, mas fomos chamados de novo para fazer uma votação de um projeto que interessa ao Governo. Ele quer trocar um terreno avaliado em R$ 125 milhões por outro que vale R$ 10 milhões. O debate sobre esse assunto tem que ser amplo e tenho certeza que esta Casa vai tirar essa matéria de pauta em respeito à Assembleia Legislativa.
Em seu discurso, Aníbal chegou, ainda, a criticar a presença do secretário-chefe de Governo, Walter Aguiar, na Assembleia:
– Isso não é uma sessão especial. É uma sessão extraordinária. O Governo mandou o secretário para ver quem votava a favor e quem votava contra? Isso é uma afronta! Ele não pode estar presente em plenário.
Além de Aníbal, Guilherme Almeida (PSC) e André Gadelha (PMDB) também foram à tribuna para criticar as iniciativas do Governo do Estado que ensejaram a convocação da sessão extraordinária de hoje.
– O Creci disse que o terreno vale cerca de R$ 130 milhões. Na mensagem do Governo, ele diz que o terreno vale R$ 13 milhões. Ele está achando que somos moleques? Temos que fazer uma discussão ampla com construtores e a população de João Pessoa. Esta Casa não vai cometer o absurdo de votar um projeto que não é honesto! – reclamou André Gadelha.