Cláudia Carvalho
A proposta de reajuste salarial de 10% para o funcionalismo municipal, prevista para entrar em votação na sessão de hoje na Câmara Municipal, pode não ser apreciada. Isso porque o texto dividiu a opinião dos parlamentares. O vereador Geraldo Amorim (PDT) disse ao Parlamentopb.com.br que defende a retirada de pauta da matéria para que o assunto seja mais discutido. Segundo ele, o aumento anunciado por Ricardo Coutinho (PSB) não contempla todos os servidores, como chegou a ser divulgado:
"A matéria não deve entrar em pauta hoje. O assunto não foi discutido o suficiente. Descobri hoje que o aumento é apenas para quem ganha menos de um salário mínimo e para o magistério, que é uma categoria das mais organizadas. A meu ver, essa proposta deve ser negociada com as demais categorias, antes de entrar em pauta. Isso é uma forma apresssada de analisar o aumento", resumiu.
Como exemplo da exclusão de servidores na proposta do aumento, Amorim citou a categoria dos engenheiros: "Eles tiveram um reajuste pequeno, alguns não receberam majoração alguma. E isso porque existe uma lei prevendo que nenhum engenheiro receberá menos que 8,5 salários mínimos", acrescentou.
Resposta – Enquanto Amorim reclamava, o vereador Ubiratan Pereira (PSB) defendeu o aumento e a apreciação do tema na sessão de hoje: "É preciso votar o reajuste para que a Secretaria de Administração tenha tempo hábil de implantá-lo na folha e permitir que os servidores recebam já no mês que vem".
Bira confirmou que o reajuste não é linear, mas defendeu a proposta como sendo "a única possível": "Não é um reajuste para todos os servidores, mas ele contempla 60% do quadro da administração municipal. Em nenhum Estado ou Prefeitura se houve falar de aumento. Aqui, esse percentual foi estudado, gera um impacto da ordem de R$ 1 milhão na folha e, apesar de não ser linear, é o que a Prefeitura pode oferecer".
Protesto – A galeria da Câmara Municipal foi ocupada por muitos servidores insatisfeitos com o reajuste. No momento em que o líder do Governo, Tavinho Santos, defendia a proposta, foi vaiado e ouviu vários protestos. Prejudicado pelos gritos, o vereador pediu que uma das cidadãs responsáveis pelos gritos, tivesse respeito e permitisse que ele terminasse sua fala:
"Essa é uma atitude desrespeitosa. Tenho um mandato porque tenho responsabilidade", declarou Tavinho Santos.
A resposta que ouviu da manifestante foi a seguinte: "O senhor está falando mentiras".
A argumentação do vereador dizia respeito ao limite prudencial observado pelo prefeito Ricardo Coutinho na concessão do reajuste: "A Prefeitura respeitou o limite prudencial. É preciso ter em mente que estamos em um momento de crise. Claro que gostaríamos de oferecer mais. Infelizmente, não é possível".