Jardel Aderico da Silva, apontado nas investigações do Ministério Público Estadual da Paraíba (MPPB) como integrante de uma organização criminosa, beneficiado em esquema que envolvia contratos com unidades de saúde e de educação da Paraíba, desvio que ultrapassaria R$ 1 bilhão, se entregou à polícia alagoana na semana passada e será trazido esta semana à Paraíba, onde deve prestar depoimento.
Jardel, ex-secretário dos governos alagoano Renan Filho e Téo Vilela, era considerado foragido há quase dez dias, após ser desencadeada a Operação Calvário. Ele está recolhido no sistema prisional alagoano. Na quinta-feira (17) ele foi encaminhado a uma ala especial do Presídio Baldomero Cavalcanti.
O ex-secretário, responsável pela empresa Inteligência Relacional, deve responder por corrupção, lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos. A operação ocorreu em quatro estados.
O MPE de Alagoas deu apoio às ações, que cumpriu 28 mandados de prisão e de busca e apreensão contra acusados de corrupção. A quinta fase da Operação Calvário foi desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e a Comissão de Combate aos Crimes de Responsabilidade e à Improbidade Administrativa (Ccrimp), órgãos do Ministério Público da Paraíba.
A Orcrim atuou, aparentemente, com o primordial objetivo de alavancar a captação de recursos ilícitos e, assim, proporcionar a estabilização financeira e permanência dos membros do mencionado agrupamento delituoso na administração pública.
A participação de Jardel no esquema se deu por meio do pagamento de propina em torno de R$ 4 milhões para que ele pudesse fornecer livros para a Secretaria Estadual de Educação da Paraíba. “A J.R. Araújo Desenvolvimento Humano Eireli/Editora Inteligência Relacional, cuja propriedade pertence atualmente a Jardel Aderico da Silva, teria contribuído com pagamentos de propina e firmado, entre 2014 e 2018, contratos com o Estado da Paraíba, mediante inexibilidade de licitação, no montante de R$ 66.773.136,00 (sessenta e seis milhões, setecentos e setenta e três mil, cento e trinta e seis reais)”, diz trecho da decisão judicial.
A Operação Calvário aconteceu em três municípios da Paraíba e nos estados de Alagoas, São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro. Com base na representação feita pelo MPPB, a Justiça determinou a expedição de três mandados de prisão preventiva em desfavor do ex-secretário Ivan Burity de Almeida, Jardel Aderico da Silva e Eduardo Simões Coutinho. Os três estão presos.
ParlamentoPB com Gazetaweb