Hoje faz uma semana desde a morte prematura do deputado federal Rômulo Gouveia. Figura simpática, capaz de lembrar dos aniversários de todos e ligar para parabenizar os muitos conhecidos e amigos que cultivou ao longo de sua vida, o “gordinho” mereceu muitas homenagens, votos de pesar e decretos de luto. Sua morte realmente pegou a Paraíba de surpresa e deixou o Estado saudoso de seu jeito bonachão, de seu estilo leve de fazer política.
Mas, como nota destoante naquele momento em que o infarto fulminante levava Rômulo para o andar de cima, alguns membros da esquerda usaram as redes sociais para destilar aquilo que mais condenam: intolerância. Falaram cobras e lagartos do deputado porque havia votado a favor do impeachment de Dilma Rousseff e também havia votado em pautas retrógradas na Câmara Federal.
Ouço e leio a esquerda paraibana clamar por respeito há muito tempo. Diversidade, tolerância e convivência com o contraditório. Acredito eu que isso vale para todos. Direita, esquerda e centro.
Insultar, desejar a morte, se alegrar pelo mal dos outros não me parece uma pauta de esquerda. Ou a máxima da convivência democrática só vale se for para si próprio? A sinaleira está quebrada?