Era uma madrugada de domingo, talvez mais uma como outra qualquer, na conturbada Jerusalém. Algumas mulheres piedosas, seguindo um rito judaico, foram ao túmulo onde Jesus havia sido sepultado, levando consigo lençóis novos e aromas especiais.
Transtornadas pelo luto da perda do seu melhor amigo e guia espiritual, não sabiam que aquela seria uma madrugada inesquecível. Nem imaginavam elas que entrariam para a história do cristianismo; e do sobrenatural também. Seriam testemunhas oculares do mais singular milagre registrado nas Escrituras Sagradas: o túmulo vazio.
A experiência do vazio é sempre muito angustiante. É dolorosa e fria. O vazio está no limite tênue entre a expectativa e a frustração. Entre a existência e a saudade. Ele causa-nos uma estranha sensação de finitude e impotência. Todavia, ao contrário do que se esperava, o vazio do túmulo de Jesus transformou-se numa experiência de alegria e prazer. Houve celebração da esperança.
– “Ele não está aqui”! Constataram elas, com surpresa e alegria.
O vazio do túmulo de Jesus é a justa diferença entre a vida e a morte. Sua ausência no túmulo, é a certeza de sua presença em nossos corações. Lembrá-lo, numa cruz, seria muito torturante. Imaginá-lo num túmulo, seria por demais mórbido. O Novo Testamento terminaria como um atestado de óbito e não como uma certidão de nascimento – de um novo nascimento! Um testemunho da vida que transborda em plenitude.
Milhares de fiéis visitam, a cada ano, os túmulos de seus líderes religiosos e esta lembrança se confunde sempre com a efemeridade da existência humana. É a experiência mística que esbarra na saudade e na finitude da vida. Igualmente, milhares de fiéis visitam, também, a cada ano, o túmulo de Jesus, em Jerusalém ali, o vazio é misteriosamente belo e fascinante; simbólico e profundo. É um testemunho vivo de que a nossa fé é fundada não num senhor morto, mas num Cristo vivo, por isso mesmo o Senhor.
Jesus é mais do que um mito, e muito mais que um espírito iluminado. Ele é singular. Mestre dos mestres; soberano do universo. Ele é maior que templos e catedrais, que religiões institucionalizadas. Ele é do tamanho da eternidade, pois é a própria vida. Ele é Deus! Deus sempre conosco.
O túmulo vazio nos mostra que o seu poder é maior que a própria morte. Sua vida preenche o vazio dos corações de todos que o buscam, como fonte de refrigério, salvação e paz. Porque Ele vive, nós também viveremos! Ele é a nossa própria vitória.
Bendito o vazio daquele túmulo! Bendita a experiência da ressurreição! Porque o túmulo estava vazio, nossa vida se encheu de felicidade e esperança eternas! Ele está vivo, portanto, a nossa fé não é vã!