A nossa existência pode ser comparada a uma gangorra. Ela vai se ajustando aos altos e baixos. A vida é uma sucessão de movimentos que se alternam nas subidas e descidas, sem parar. O segredo está no ponto de equilíbrio dos seus movimentos. Ser feliz é encontrar esse equilíbrio, sem pular da gangorra.
Ninguém tem imunidade contra dor e provações. Só os ingênuos imaginam-se num eterno Éden. Não somos anjos; mas, Adão e Eva, caídos. O Paraíso ficou vulnerável. No entanto, uma coisa é chorar, outra é viver chorando. A tristeza pode ser um momento da existência, mas não deve estender-se por toda a vida. Há ocasiões nas quais o sofrimento é inevitável – é a gangorra em baixo – ainda assim, não podemos aceitá-lo como companheiro eterno. A sabedoria bíblica proclama: “o pranto pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã”. É a gangorra subindo outra vez.
Convivemos com o lúdico e o trágico. Nosso sono deslumbra sonhos e amarga pesadelos. No corpo convivem a saúde e a doença; o vigor e a fadiga. O coração ama e aborrece, como a alma se alegra e entristece. O lar pode ser paraíso e inferno. A vida reclama a arte do equilíbrio. Tal experiência é adquirida através da serenidade, da moderação, do despojamento, da simplicidade e da fé.
A felicidade é, pois, um desafio que se renova a cada instante. É a nostalgia que alegra o sonho persistente, entre os altos e baixos inevitáveis da vida. Logo, felicidade não é apenas sensação, é sabedoria somada com reflexão e sensibilidade. É sonhar com os pés no chão.
A felicidade é possível porque é um sonho que não acaba; se repete!… Ela vai além do sonho, para converter-se em projeto de Deus, que quer ver o homem feliz. Sim, Ele quer nos ver felizes; plenamente felizes!!!. Por isso, o Senhor não nos prometeu apenas momentos felizes, mas uma eternidade! Aí, o que se sonhava converteu-se em realidade… A gangorra acabou!…
Estevam Fernandes