O administrador de empresas Mário Tourinho nos deixou nesta quarta-feira, 15 de março. Ele estava internado desde novembro do ano passado no Hospital Napoleão Laureano lutando contra um tumor na cabeça. No dia 15 de novembro, foi submetido a uma cirurgia e desde aquela data permaneceu no hospital. A família havia tratado a doença de maneira muito reservada e o assunto não chegou a ser divulgado pela imprensa, embora Mário fosse muito conhecido e querido.
Eu acabei sabendo do que tinha acontecido porque Mário era colunista do ParlamentoPB e escrevia com muita frequência. Isso fazia com que nos falassemos algumas vezes por semana. Quando ele parou de mandar mensagens e não atendeu minhas ligações, falei com um amigo em comum que me contou o que havia acontecido.
Como a maioria dos jornalistas, conheci Mário Tourinho quando ele era diretor institucional da AETC-JP e promovia o prêmio AETC de Jornalismo, batizado como o Oscar da imprensa paraibana. O tempo passou, ele se aposentou, mas continuou escrevendo artigos, debatendo os problemas da Paraíba, especialmente a mobilidade urbana de João Pessoa e as questões que envolviam o transporte coletivo da capital.
Mas, ele era um observador atento de todos os temas do cotidiano e acompanhava o noticiário político com muita atenção. Lembro que ele levantou um debate bem polêmico em 2021. Defendia que a capital da Paraíba mudasse para Taperoá. Por que? A argumentação era farta. Ele dizia que Taperoá está geograficamente na região central do Estado e que se houvesse a mudança da capital, isso levaria o desenvolvimento para o interior do Estado.
Dizia ele num artigo de outubro de 2021: A propósito da “força atrativa para a interiorização do desenvolvimento”, lembremo-nos de que a interiorização do desenvolvimento do Brasil, especialmente contemplando Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins, deu-se sob a atração (como que um imã) da Nova Capital, Brasília, localizada no centro do país, em substituição à cidade do Rio de Janeiro.
A discussão não prosperou, mas isso também pouco importava. Mário Tourinho era um pensador, um sonhador… um homem que pensava no que poderia ser feito para melhorar a vida dos paraibanos. Era também um cidadão consciente, participativo e um sujeito que cativou muitos amigos ao longo de sua história, de trabalho e de vida.
Mário Tourinho deixa saudades, mas também a certeza de que viveu bem e deixou um legado de ética, trabalho, respeito e cordialidade. Sinal disso são as inúmeras manifestações de pesar de colegas, conhecidos e autoridades pela partida dele. Os muitos amigos sentirão sua falta, mas certamente lembrarão de sua marca um sorriso tão largo que só competia com o tamanho do coração.