Novo ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro tomou posse na tarde desta segunda-feira (9), durante solenidade no Palácio do Planalto. Alçado ao cargo após a demissão de seu correligionário Mário Negromonte, que deixou o governo após uma série de denúncias sobre a gestão da pasta e a exoneração de dois servidores da cúpula do ministério, Ribeiro relembrou em seu discurso seu passado político e disse estar ponto para o nível de exigência da presidente Dilma Rousseff.
"Venho de uma família de tradição política e nos dias atuais é forçoso reconhecer […] que vivemos um período de grande ceticismo em relação aos políticos", disse Ribeiro, que tem sido acusado de irregularidades em seu estado de origem, a Paraíba.
"Já estou me preparando para enfrentar o espancamento", afirmou ao se referir à maneira, classificada por ele como "rigorosa", como Dilma toca o governo, e ao discurso do ministro Aloizio Mercadante (Educação), no mês passado, durante a posse de Marco Antonio Raupp (Ciência e Tecnologia). Na ocasião, Mercadante disse a Raupp para não tentar convencer Dilma. Segundo afirmou, ela submeteria seus projetos a um "espancamento" para verificar se "fica de pé".
"Gestão será a prioridade do seu novo ministro, será nosso foco, nossa diretriz, minha maior missão no Ministério das Cidades", disse. "Isso, ao meu ver, é que significa modernidade na forma de fazer política. É romper o falso dilema entre política e gestão. A boa gestão na vida pública tem que ser política, no sentido mais amplo", completou.
Negromonte – Em seu discurso de despedida, o ex-ministro das Cidades, Mário Negromonte, negou que tenha havido qualquer tipo de irregularidade na sua gestão na pasta e disse ter atuado “estritamente” dentro da lei. "Não há nenhuma irregularidade na nossa administração frente a gestão do Ministério das Cidades", disse.
"Saio como entrei, sem nenhum processo. […] Missão cumprida, volto à minha casa de origem, à Câmara", disse. Negromonte afirmou que terá duas missões a seguir na sua atuação como deputado, a de apoiar o governo da presidente Dilma e a de "contribuir com a unidade do PP".
O ministro disse ainda que, enquanto ministro, trabalhou "diuturnamente para cumprir as metas estabelecidas pelo governo". Ele destacou, contudo, que o "quadro de restrição financeira nos impôs dificuldades", quadro esse que teria sido "agravado" por disputas políticas. "Importante destacar que procuramos e conseguimos imprimir uma gestão transparente e colaborativa", declarou.
Com a saída, Negromonte reassume o mandato de deputado federal pelo PP-BA. Ele é o nono ministro a deixar o governo Dilma – o oitavo por demissão (a exceção é Fernando Haddad, que saiu da Educação para disputar a eleição de prefeito de São Paulo).
G1