“Eu jamais faria uma declaração dessas se não tivesse as provas. Tenho uma história no jornalismo e, agora, na vida pública, que jamais será desmoralizada”, afirmou o secretário chefe de Gabinete da Prefeitura de João Pessoa, Nonato Bandeira, que afirmou no programa de Alex Filho, ontem à tarde, que o próprio aliado do governador José Maranhão, ex-deputado Tião Gomes, disse que o prefeito de Areia, Élson Cunha Lima, só aderiu ao projeto de reeleição porque Maranhão poderia livrá-lo do processo de cassação na Justiça Eleitoral paraibana.
Nonato Bandeira disse que as declarações de Tião Gomes, que estão gravadas, foram dadas no último dia 30 de outubro e parte delas foram reproduzidas nas conceituadas colunas dos jornalistas Hélder Moura, publicada no Correio da Paraíba no dia 3 de novembro, e de Arimatéa Sousa, no Jornal da Paraíba no dia 31 de outubro.
A coluna de Hélder Moura (imagem anexada) diz textualmente: “O ex-deputado Tião Gomes até admite que o prefeito Élson Cunha Lima, seu adversário de três décadas, apóie a reeleição do governador Maranhão: "Apoio não se rejeita, não é?" Porém, arremata: "Mas, ele só foi se ajoelhar para Maranhão porque está cassado e quer escapar. Mas, ele tem DNA Cunha Lima, que é DNA da traição e vai trair logo que tiver oportunidade”.
Já na coluna de Arimatéa Sousa, Tião Gomes afirma: “Nós não somos só adversários, mas inimigos pessoais. Ele é um prefeito cassado e essa convivência será extremamente difícil. Não é agora que nós vamos nos juntar (…) Élson buscou se aproximar de Maranhão pensando que Maranhão tem ingerência no TRE”.
“Não adianta o Governo do Estado me atacar em vários portais utilizando o ex-deputado Tião Gomes, como forma de desqualificar um fato amplamente divulgado na imprensa paraibana. Eu conheço essa prática de tentar intimidar quem expressa sua opinião livremente, inclusive com ataques de ordem pessoal. Sabemos que o Palácio da Redenção é muito poderoso, mas eles não vão conseguir comprar a consciência dos paraibanos”, afirmou Nonato Bandeira.
Ainda de acordo com Bandeira, o caso de Tião Gomes foi um dos fatos noticiados pela imprensa paraibana revelando a intenção do governador Maranhão em interferir nos destinos da justiça paraibana. “Adesões de prefeitos e o silêncio de outros que estariam com problemas na justiça também já foram noticiados, além da garantia que teria sido dada aos parlamentares que deixaram o PSB e PPS de que eles não seriam cassados aqui na Paraíba”, revelou Bandeira, considerando que essa suposta garantia do Palácio da Redenção, na sua opinião, jamais terá o endosso da justiça paraibana.
Patrimônio – Mais cedo, em nota distribuída à imprensa, Tião Gomes negou que tenha citado, na entrevista, a suposta ingerência de Maranhão no Judiciário. Ele aconselhou Nonato Bandeira a explicar sua evolução patrimonial, ocorrida, segundo ele, depois que chegou ao cargo de auxiliar de Ricardo Coutinho.
“Nonato tem que explicar como é que como é que em tão pouco tempo saiu de um minúsculo apartamento nos Bancários/Timbó (quase retomado pela CEF), e adquiriu um belo 3 quartos na Orla Marítima por mais 200.000 reais … ele nunca explicou: apesar de ter sido desafiado muitas vezes”, instiga Tião na nota.