O narcotraficante italiano Rocco Morabito, preso na segunda-feira (24) em João Pessoa, foi transferido para um presídio em Brasília. Ele foi transferido ontem e vai permanecer em Brasília até que o Supremo Tribunal Federal conclua os trâmites de sua extradição para a Itália.
Rocco Morabito era o segundo foragido mais procurado do país e é conhecido como o “rei da cocaína” em Milão.
De acordo com a Polícia Federal, Morabito vai responder por tráfico de drogas e associação criminosa.
A ministra do interior da Itália, Luciana Lamorgese, comemorou a prisão do narcotraficante e destacou os dois anos de uma articulada investigação que resultaram na ação, que culminou com a prisão do narcotraficante.
O ex-fugitivo passou por São Paulo e Rio de Janeiro antes de ser preso em João Pessoa. Agora, as investigações vão apurar possíveis crimes cometidos por ele em território brasileiro.
Morabito era procurado na Itália pelo envolvimento com a organização criminosa conhecida como ‘Ndrangheta.
Há registros da atuação de Rocco com a organização do tráfico de drogas entre Brasil e Europa desde a década de 1990, conforme investigação à época realizada no âmbito de Operação denominada KING. Operações mais recentes da PF também indicaram a relação das atividades da ‘Ndrangheta com organizações criminosas brasileiras.
Com base em informações passadas pela Interpol Brasília, Rocco foi preso no Uruguai em 2017, depois de 22 anos foragido, para fins de extradição à Itália. No entanto, em 23/6/2019, ele fugiu da prisão no Uruguai e era considerado um dos três fugitivos mais procurados pela Itália desde então.
Nascido em 1966, o italiano é acusado de associação mafiosa, tráfico de drogas e outros crimes graves. A polícia, inclusive, tem gravações de telefonemas em que ele negociou a compra de quase uma tonelada de cocaína da América do Sul, numa transação de cerca de 8 milhões de euros.
A ‘Ndrangheta é considerada uma das maiores e mais poderosas organizações criminosas do mundo.
A Interpol lançou recentemente um projeto dedicado exclusivamente à repressão em âmbito global às atividades desta organização criminosa, denominado Projeto I-Can (Interpol Cooperation against ‘Ndrangheta).