O Movimento Armorial completou 50 anos em outubro 2020, mas as atividades comemorativas prosseguem nesta sexta-feira (4 de dezembro), com a transmissão pelo canal do Departamento de Música da Universidade Federal da Paraíba (Demús/UFPB) do Simpósio On Line “50 Anos do Movimento Armorial e Interfaces Artísticas”. O evento será transmitido pelo Youtube, basta acessar https://bit.ly/399z645 e contará com a presença de artística da música, literatura e artes plásticas.
Essa também é uma boa oportunidade para entrar na cultura popular e refazer suas linguagens, opiniões e obter uma postura diferente frente a está nova realidade política, social e econômica em que vive o país, sobretudo, o Nordeste, de onde surgiu o movimento. Pensar o movimento Armorial é também pensar no Brasil, em sua sociedade dividida com necessidades tão reais e básicas, como a água.
Pensar o Brasil Real, como dizia Ariano Suassuna, o criador do Movimento Armorial. Um país com verdades tão opostas escritas nos dias atuais. Neste 50 do Movimento nos faz querer pensar no que será da nossa cultura popular que hoje se encontra sucumbida pelo tempo e escondida num Brasil Oficial. Mas, o professor Ariano Suassuna (como eu sempre o chamei) nos deixou a herança da esperança de que um dia teremos uma nação verdadeira, em que a verdade mais verdadeira venha da arte popular e da cultura de seu povo e não da prevalência da verdade dos mais poderosos deste país.
O Simpósio – O evento faz parte de uma vasta programação que vem acontecendo desde outubro, sendo toda ela virtual, devido a pandemia do Coronavírus. Neste dia 4 de novembro o Simpósio começa às 10h, com palestra do professor Dr. Carlos Newton Júnior que abre o evento e fala sobre os 50 anos do movimento. A partir das 10h45, haverá apresentação do documentário “Armorialma” da diretora Sandra Ribeiro. Em seguida, de 11h15 o grupo de música instrumental “Quinteto da Paraíba”, faz apresentação de um recital comentado. No turno da tarde, a partir das 14h, haverá uma mesa com discussão sobre o movimento com Marília Santos, Ariana Nóbrega e Francisco Andrade. Em seguida de 15h, Antônio Madureira, Danilo Guanais e Sérgio Ferraz compõe uma mesa para discutir sobre “Os novos caminhos para a música armorial”. Logo após, às 15h30, o rabequeiro, músico e contador de história Antônio Nóbrega ministra palestra intitulada “Uma outra história cultural”. Consta ainda na programação que de 17h o grupo Poética Evocare se apresenta e às 17h30 haverá uma roda de conversas com Manuel Dantas Suassuna (filho de Ariano), Carlos Newton Júnior, Suelma Soares, Sidney Azevedo e Maria Paula Costa Rego. E a noite de 19h30, Alexandre Rodrigues e o Pife Urbano, se apresenta fechando a programação.
O Movimento Armorial – Foi lançado na década de 1970 e difundido incialmente pelo Nordeste com produções artísticas da música, teatro, artes plásticas, dança e literatura. O criador um paraibano, Ariano Villar Dantas Suassuana, nascido na Capital da Paraíba, que mais tarde passou a residir na vizinha cidade do Recife, no Pernambuco, onde se tornou mais conhecido e surgiu para o mundo das artes e sobretudo da literatura, que sem querer querendo desaguou na música, artes plásticas, teatro, dança e poéticas do corpo. Mas, foi na literatura que o tornou mais conhecido, em especial pelo sucesso crescente de “O Auto da Compadecida” (1955), do romance a Pedro do Reino (1971), o Santo e a Porca, o Casamento Suspeitoso e tantos outros.
Ariano Villar Dantas Suassuna deu vida a até então não vida do homem do sertão nordestino e conquistou muitas pessoas, artistas antigos e novos que ainda calçam as sandálias de seu criador para deixar eterna sua magnifica obra. Viva professor Ariano! Viva o Movimento Armorial!