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Motorista do sexo feminino atua em um mercado dominado por homens

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Mesmo diante de tantos avanços conquistados pelas mulheres no mercado de trabalho ainda existem áreas onde em que elas praticamente não atuam  O setor de transporte é uma delas. Em João Pessoa, por exemplo, no sistema de transporte urbano existem 1337 profissionais motoristas, dos quais apenas um é mulher. O nome dela é Simone de Jesus, 33 anos. Ela atua nesta função desde 2009, sendo um ano na empresa Santa Maria e outro na antiga Boa Viagem. A motorista, que roda na Linha 105  (Funcionários I), afirma que não sente dificuldades em trabalhar nesta função e que o preconceito ainda existe, mas se dissipa facilmente. “Encaro minha profissão como outra qualquer, onde é necessário ter responsabilidade e dedicação”, afirma ela.

Simone de Jesus, que ingressou no setor na função de cobradora, onde atuou por cinco anos, sempre desejou assumir sua atual ocupação. “Me coloquei à disposição da empresa para ocupar o cargo de motorista aproveitando um programa de ascensão profissional, passei nos testes e provas práticas, e considero minha profissão como outra qualquer que pode ser exercida por ambos os sexos”, afirma Simone, que aproveita a entrevista para convidar outras mulheres a se espelhar em seu exemplo. “Penso que não existem mais profissionais do sexo feminino no cargo por causa da falta de iniciativa das próprias mulheres. Acho que elas deveriam tentar crescer no setor, já que a função de motoristas é uma das principais na carreira de operador”, esclarece Simone.

Casada há 15 anos com o cobrador, Hélio Carvalho, funcionário da empresa de ônibus São Jorge e mãe de uma menina de 11 anos, a funcionária não considera difícil cumprir as multifunções da mulher que precisa ser mãe, esposa e profissional ao mesmo tempo. “Hoje em dia toda a mulher trabalha e cuida de seus filhos e da sua casa. Ser motorista é um trabalho como outro qualquer, não vejo distinção”, enfatiza ela, que recebeu total apoio da família após a decisão de mudar de função na empresa.

Mesmo sendo respeitada e elogiada pelos colegas de profissão, Simone afirma que nem sempre foi assim. “Quando comecei no cargo muitos duvidavam da minha capacidade ou se eu iria cumprir as exigências do trabalho, mas hoje estou aqui e sou admirada por meus colegas motoristas que não enxergam mais diferenças”, afirma a funcionária que, recentemente, também obteve reconhecimento e recebeu elogios por parte de usuários que responderam a uma pesquisa interna da empresa onde ela trabalha.

“É importante dar espaço para as mulheres mesmo em profissões tradicionalmente exercidas por homens e, neste caso, a profissional além de atender as exigências do cargo, ainda recebe elogios pelo seu desempenho como motorista e a Santa Maria está aberta para dar oportunidade a outras profissionais”, argumenta a diretora da empresa, Larissa Nascimento. Ela lembra que os elogios ao desempenho de sua funcionária foram feitos numa pesquisa realizada em dezembro do ano passado, com passageiros da Santa Maria, das linhas urbana e metropolitana. “Ela foi citada, com elogios que faziam referência a sua conduta, em vários questionários e os clientes ainda sugeriram que houvesse mais mulheres motoristas”, complementa a empresária.

Segundo o diretor executivo da Associação das Empresas de Transportes Coletivos Urbanos de João Pessoa (AETC-JP), Mário Tourinho, não há uma explicação técnica para o reduzido número de mulheres motoristas no sistema de transporte da Capital. “Creio que seja mesmo por falta de interesse das próprias profissionais, pois não há restrição alguma por parte dos empresários na contratação de mão de obra feminina para a função”, atesta Mário, lembrando que essa redução no número de mulheres motoristas profissionais é um fenômeno do Brasil, já que na Europa é expressivo o número de mulheres que exercem a função de motoristas em transportes públicos.

O presidente do Sindicato dos Motoristas da Paraíba, Antônio de Pádua, apóia a contratação de mulheres para o cargo de motorista e orienta as empresas a investirem também nas mulheres. “Acho normal a mulher ocupar o cargo de motorista de ônibus. Sou a favor e a posição do sindicato é que as empresas contratem mais mulheres já que a tendência é que o número aumente, como já acontece em grandes centros a exemplo do Rio de Janeiro e Recife”, disse o sindicalista, mencionando a qualidade do trabalho da condutora da Santa Maria “Simone é um exemplo de motorista que nunca causou nenhum acidente, não recebe reclamações e ainda é elogiada”, atesta Pádua

Ainda de acordo com Pádua, ser um bom profissional depende do esforço e dedicação de cada pessoa e não do sexo. “Não existe diferenças entre homem e mulher nesta função. Depende da dedicação e da motivação de cada um, ser um bom motorista e um bom profissional”, disse o sindicalista. relembrando que antes de Simone outra mulher desempenhou esta função na empresa Marcos da Silva, mas, infelizmente, ela não atua mais no setor.
 

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