Angélica Lúcio

Angélica Lúcio é jornalista, com mestrado em Jornalismo pela UFPB e MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Atualmente, atua na Comunicação Social do HULW-UFPB/Ebserh como jornalista concursada.
Angélica Lúcio

Miss Angélica, quem define as notícias que saem no jornal?

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Há alguns dias estive na escola bilíngue Maple Bear João Pessoa, para um bate-papo com meninos e meninas entre 10 e 11 anos. Como os alunos estão estudando as características do jornal (já sabiam o que é o lead e até a pirâmide invertida), fui convidada para compartilhar com eles um pouco da minha vivência como jornalista. 

Minha apresentação ocorreu em dois momentos: um no fim da manhã e outro no início da tarde. Turmas diferentes, em ritmo e quantidade de alunos, mas com curiosidade, discernimento e energia semelhantes. Adorei a experiência! 

Após uma breve apresentação, na qual falei sobre minha trajetória no jornalismo e mostrei edições impressas atuais dos jornais A União e Folha de S. Paulo, virei fonte para o grupo, que tinha uma boa quantidade de perguntas a me fazer. Das simples até as mais complexas: qual a matéria que mais me impactou, qual eu gostei mais de fazer, quanto ganha um jornalista (cri, cri, cri…).

Miss Angélica, você já entrevistou alguma personalidade importante? Miss Angélica, você conhece pessoalmente o William Bonner? Miss Angélica, quem define as notícias que saem no jornal? Aproveitei o mote dessa última pergunta e expliquei, superficialmente, o que são critérios de noticiabilidade, ou seja, como os jornalistas decidem se algo tem potencial ou não para virar notícia e chamar a atenção do público (ouvinte, leitor, espectador). 

Para tornar o conceito de critério de noticiabilidade mais fácil de ser entendido por quem tem entre 10 e 11 anos, contei para eles um clássico do jornalismo, a história do cão que morde um homem, para exemplificar o que é ou não notícia. Resumindo: um cão morder um homem não é notícia; já um homem morder um cachorro é notícia sim! 

Mas também falei que se o cão morder uma pessoa famosa, uma autoridade, então isso também é notícia! Demonstrando que havia compreendido bem o conceito, um garoto falou que se o presidente da República fosse mordido por um cão, o fato viraria manchete nos portais! Perfeito! E outro logo completou: se um cachorro entrar em um estádio de futebol durante um jogo, isso será noticiado pelos jornalistas! Bravo!

Durante o bate-papo (que achei riquíssimo e espero que as turmas também tenham gostado), expliquei aos alunos e alunas que existe todo um processo de produção no jornalismo. Por trás do jornal impresso, do fato que a gente vê na TV, da notícia que é lida no portal e escutada no rádio, tem planejamento, pauta, roteiro, agendamento de entrevistas, produção de fotos e textos… Enfim, uma trabalheira danada! 

Entre uma e outra pergunta feita pelos alunos, algumas foram do inusitado ao engraçado: Miss Angélica, você gosta mais de pizza ou hambúrguer? Você tem pet? Já viu Stranger Things? Qual livro você mais gostou de ler quando era criança? Miss Angélica, quanto você ganha? Qual a sua idade? Como você se tornou editora de jornal? Miss Angélica, você gosta do que faz? 

No fim da minha mini-apresentação na Maple Bear João Pessoa, uma aluna da turma da tarde, de lindos cabelos longos e olhos atentos, acenou para mim do fundo da sala — queria fazer uma última pergunta. Na verdade, era uma confissão: Miss Angélica, me desculpe, mas eu “stalkeei” a senhora. Dei um grande sorriso e comentei que não sabia o que ela pretendia ser no futuro, mas tinha certeza de que ela tinha algo que não pode faltar nos jornalistas: uma boa dose de curiosidade e iniciativa! A propósito: miss Angélica também “stalkeia” as fontes antes de uma entrevista. ?

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