O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) usou o Twitter para anunciar a renúncia à liderança do PT na Casa. O desligamento será oficializado por meio de discurso na tribuna do Senado, marcado para começar às 15h.
"Eu subo hoje à tribuna para apresentar minha renúncia da liderança do PT em caráter irrevogável", disse ele no Twitter.
Segundo ele, sua saída não tem relação com pretensões políticas para 2010. "Ao contrário dos que estão deixando o partido, saio da liderança para disputar, junto à militância, a concepção do PT que eu acredito", disse ele se referindo à senadora Marina Silva, que anunciou ontem a saída do PT para possivelmente disputar a Presidência em 2010 pelo PV.
Mercadante alegou, nas conversas com os senadores do partido, que não concorda com a postura da direção nacional da legenda que orientou o arquivamento dos 11 processos contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
"Ele disse que acha que os rumos não estão certos. Ele pretende tomar essa atitude como militante do PT", disse o senador Flavio Arns (PT-PR).
Arns negou que a sua saída do partido tenha como pano de fundo as eleições de 2010. Arns afirmou que não foi motivado pelo fato de lideranças do PT articularem o nome de Gleisi Hoffmann –mulher do ministro Paulo Bernardo (Planejamento)– para disputar ao Senado.
"Não estou conversando nem pensando em nenhum partido. A eleição é no ano que vem e tem muito caminho pela frente. É precoce falar em uma nova filiação sem eu ter me desligado do PT.
Segundo o Arns, o PT feriu o programa de governo e desrespeitando a história da legenda e a opinião pública. O senador comunicou a saída ao líder do PT, Aloizio Mercadante, e disse que vai procurar o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), nos próximos dias para tratar da decisão. O petista disse que fará uma consulta à Justiça Eleitoral para não correr o risco de perder o mandato.
"Eu não fiquei aborrecido, fiquei envergonhado. Foram bandeiras rasgadas, jogadas no lixo. Vou buscar na Justiça a possibilidade de sair do partido, não apenas para manter o mandato, mas para que a Justiça diga que o partido deve ser fiel ao parlamentar, que deve manter as suas bandeiras", afirmou ontem após a reunião.
Folha Online