O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), marcou para esta sexta-feira seu discurso no plenário da Casa no qual pretende anunciar a renúncia à liderança do partido. Mercadante vai se reunir nesta noite com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para decidir se manterá a renúncia ao cargo.
O horário do discurso ainda não foi confirmado por assessores do petista. Tradicionalmente, às sextas-feiras, as sessões plenárias ocorrem pela manhã com o plenário esvaziado. São necessários pelo menos cinco senadores presentes na sessão para que ela seja aberta.
Mercadante chegou a anunciar que discursaria em plenário esta tarde, mas recuou depois de ser chamado por Lula para uma conversa. O ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) intermediou o contato entre os petistas ao afirmar que Lula gostaria de conversar pessoalmente com o líder antes dele anunciar a sua decisão.
O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), criticou nesta quinta-feira a decisão do líder de entregar o cargo –depois da orientação da cúpula da legenda para o arquivamento das acusações contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-SP), no Conselho de Ética. Berzoini, que vai participar da reunião com Lula, conversou com Mercadante por telefone nesta quinta-feira e disse ao petista que seria um "erro" deixar a legenda neste momento.
Mercadante saiu desgastado da votação do Conselho de Ética depois de manter no colegiado os senadores Delcídio Amaral (PT-MS) e Ideli Salvatti (PT-SC), que haviam manifestado indisposição de votar em favor do peemedebista.
Os senadores, no entanto, seguiram determinação do presidente do PT para o voto pelo arquivamento dos processos contra Sarney.
Delcídio acusou Mercadante de não ter atendido seus apelos para substituir os petistas no conselho. O senador também ficou irritado com o fato do líder ter deixado para o senador João Pedro (PT-AM) a leitura da nota de Berzoini com a orientação para que os petistas do conselho votassem pró-Sarney.
Folha Online