Cláudia Carvalho
O desembargador Marcos Souto Maior concedeu ontem à noite uma entrevista polêmica e exclusiva ao programa Bastidores, da TV Master, apresentado pelo Padre Albeni Galdino. Ele se disse vítima de um processo de perseguição e citou um suplente de deputado estadual que teria sido escalado pelo ex-governador Cássio Cunha Lima com o propósito de criticá-lo na Assembleia Legislativa. Sem querer citar o nome do parlamentar, Souto disse que "ele é um coitado que não conseguiu nunca mais se eleger". Entre seus algozes ele também colocou o juiz Gilberto Rolim de Moura, que teria sido usado como "laranja" para mover processos contra o ex-presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba: "Eu nunca me averbei suspeito nos processos dele porque não tenho a menor raiva e o menor rancor".
Outra figura mencionada por Marcos Souto Maior como responsável por essa perseguição foi a sub-procuradora da Justiça Federal Cláudia Sampaio: "Mais do que na dúvida, até na invenção, ela recebeu todas as denúncias e levou à frente. Havia uma preferência dela em me julgar".
Souto Maior disse ainda que nunca havia sonhado em ser desembargador e que sua gestão incomodou muita gente pelos atos de celeridade implantados levando ao julgamento de crimes de colarinho branco. Segundo ele, dos 19 processos que respondeu, apenas três continuam tramitando, dos quais dois estão prescritos. A última ação diz respeito à realização das Expoarts e ao recebimento de diárias por parte da esposa, Fabíola, e do filho, Hilton Souto Maior: "Isso todos os presidentes fizeram e nenhum deles teve questionamento de viagens".