Cláudia Carvalho
O deputado federal Marcondes Gadelha disse hoje discordar do conteúdo da ata de seu partido proibindo que o colega Guilherme Almeida assumisse a secretaria de Interiorização do Governo do Estado, cargo para o qual fora convidado pelo governador José Maranhão (PMDB): "Discordo dessa ata porque ela proibiu um companheiro de assumir um cargo no Governo", disse.
O próprio Gadelha recebeu um convite parecido. Ele foi chamado pelo governador para ocupar a Secretaria de Agricultura, mas rejeitou a proposta. Hoje, ele negou que tenha havido veto do partido ou temor de chocar-se com o que prega o presidente de seu partido, Ricardo Coutinho: "Tenho respeito por Ricardo, mas não lhe devo subserviência. Não dependo da licença dele para assumir o que quer que seja. A minha decisão de não assumir o cargo foi pessoal. Acredito que posso ajudar mais ao governo de José Maranhão estando em Brasília", justificou.
Uma fonte ligada ao deputado, contudo, confidenciou ao Parlamentopb que a recusa teria se baseado em uma conversa mantida pelo Governador do Estado, José Maranhão, com o presidente nacional do PSB, Eduardo Campos. Sondado sobre a eventual ida de Gadelha para a administração estadual, Campos teria dito que o prefeito não vetaria, mas também não endossaria. Para evitar maiores conflitos e uma exposição negativa nos níveis da verificada no caso de Guilherme Almeida, Marcondes teria preferido declinar do convite.
Fidelidade – Ainda tratando do caso Guilherme Almeida, Marcondes saiu-se com uma declaração polêmica. Ele disse que a fidelidade partidária é um absurdo e uma exigência grotesca: "Isso é um absurdo que não existe em lugar nenhum do mundo. É uma farsa dizer que ela fortalece os partidos. Nos Estados Unidos, não existe fidelidade e ninguém muda de partido. Não cabe dizer que alguém que seja perseguido tenha que continuar no partido", disse.