A agência de publicidade americana “Isobar” (www.isobar.com), especializada em transformação e marketing digital, criou um ranking bem interessante, denominado de IMD – Índice de Maturidade Digital, que mostra o “Nível de Maturidade Digital das Marcas” no mercado consumidor de um determinado país. O IMD é obtido avaliando-se o “processo de transformação digital das empresas e o impacto do consumo digital nos clientes com relação às marcas dessas empresas”. No caso do Brasil, o “IMD 2019” apresentou duas constatações (dentre uma serie de outras) que destaco aqui: a) As empresas dos segmentos de cosméticos, moda e eletroeletrônicos, estão na frente na “transformação digital”; b) As marcas que apresentam “melhor desempenho digital” são “Nike, Magazine Luiza e Havan”. O estudo brasileiro mostrou ainda que, “48,6% das marcas têm maturidade digital básica e 32,4% são consideradas maduras no seu segmento”. Foram analisadas 284 empresas instaladas no país, com faturamento anual igual ou superior a R$ 1 bilhão, dos setores de bens de consumo, saúde, varejo e educação.
Engenharia da Complexidade
Em um mundo em constante transformação, as universidades precisam também estar “sintonizadas” com as mudanças, para não ficarem “para trás”. Por exemplo, a UNICAP – Universidade Católica de Pernambuco, localizada em Recife, dará inicio neste ano de 2020, a primeira turma de graduação em “Engenharia da Complexidade”. O novo curso é resultado de uma parceria entre a UNICAP e o ICAM – Institut Catholique d’Arts et Métiers, da França e utilizará uma metodologia com “foco na resolução de problemas que envolve projetos práticos ao longo de todo o curso”. Segundo os responsáveis pela implantação do curso na UNICAP, o currículo será “baseado na metodologia PBL (Problem Based Learning)” a chamada “prática de resolução de problemas” e a ideia é formar “engenheiros generalistas, com variado e abrangente domínio do conhecimento técnico, a exemplo de temas ligados as engenharias mecânica e elétrica, sobre TI (Tecnologia da Informação), meio ambiente, humanidades, gestão de pessoas e gerenciamento de empresas”. O novo curso terá duração de cinco anos. Será este o futuro da engenharia? Totalmente diferente do modelo atual?
Começa neste mês de Fevereiro
O BC – Banco Central do Brasil, dará inicio neste mês de fevereiro, os testes da nova tecnologia do “SPR – Sistemas de Pagamentos Rápidos” (nomenclatura provisória) a ser utilizada pelo sistema financeiro nacional. A ideia do BC é ter o SPR “funcionando 24 horas por dia sete dias da semana entre todas as instituições financeiras”, efetuando transferências de dinheiro entre qualquer cliente, independente do banco, “disponibilizando o dinheiro em alguns segundos (no máximo em 10 segundos) após sair da conta corrente fonte da transferência”. Vale destacar que a tecnologia utilizada e sendo validada pelo BC, tornará a operação extremamente simples e barata. Não será necessário informar todos os dados da conta de destino e a transferência não passará mais pelo SPB – Sistema de Pagamentos Brasileiro (feito hoje com os tradicionais “TEDs” e “DOCs’), a operação será feita diretamente de uma conta para outra, durante as 24 horas do dia, como escrevi acima. Pelo planejamento do BC, após o período de testes, avaliações e correções, o sistema será implantado em definitivo em novembro deste ano. Mais um avanço significativo, na direção da total e irrestrita digitalização do sistema bancário.
Reconhecimento Facial Inovador
A preocupação constante com segurança individual e pública tem atraído cada vez mais empresas e pesquisadores, para criação e desenvolvimento de tecnologias neste segmento. Estas pesquisas, em nível mundial, tem resultado algumas soluções bem criativas e a meu ver, até perigosas. Por exemplo, a empresa “Clearview AI”, Startup americana, com sede na cidade de Nova York, especializada em “Reconhecimento Facial” utilizando IA (Inteligência Artificial), está lançando no mercado dos Estados Unidos uma solução bem interessante. A ideia da Startup é “combinar imagens de pessoas desconhecidas com imagens (fotos e filmes) disponíveis nas redes sociais e sites da Internet”. O funcionamento do aplicativo (App) da Clearview é relativamente simples, com o celular é tirada uma foto de uma pessoa aleatória na rua e com essa imagem são “procuradas” imagens dessa pessoa na Internet (redes sociais, blogs, matérias jornalísticas, etc). O App através do reconhecimento facial auxiliado por um algoritmo de IA e em um tempo relativamente curto (que depende da capacidade de processamento do computador/smartphone sendo utilizado pelo sistema), a pessoa é identificada/encontrada. A questão que fica é sobre a privacidade do individuo. Por exemplo, no Brasil com a entrada em vigor da LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados em agosto deste ano, este tipo de ação (“monitoração” de uma pessoa, a partir de dados pessoais encontrados na Internet) pode ser considerada invasão de privacidade, a depender do uso do resultado da busca. Resumindo: Problemas a vista!