Moradores e entidades representativas da sociedade se reuniram hoje de manhã para uma manifestação pública pedindo à Prefeitura da capital, a reabertura da Maternidade Santa Maria, em Mangabeira. A concentração aconteceu nas proximidades do girador do início da Josefa Taveira. Os manifestantes seguiram em caminhada até o mercado público, onde aconteceu um café da manhã e uma encenação teatral em que uma mãe dá à luz na rua.
Segundo a assessoria do deputado João Gonçalves, o equipamento está desativado desde o mês de junho de 2008. Já o presidente da Federação Paraibana das Associações Comunitárias, Edson cruz, disse que o fechamento aconteceu após o início de uma reforma e sem qualquer comunicado à população.
“Desde o ano passado que a população sofre com o fechamento dessa maternidade. As pessoas cansaram de esperar uma resposta da prefeitura e agora pedem uma explicação e a reativação desses serviços essenciais, principalmente aqui nesse bairro que, é hoje, o mais populoso da capital.”
De acordo Edson, durante as sessões do Orçamento Participativo, foram feitas várias solicitações para a reabertura da maternidade, mas a Prefeitura não se pronunciou.
Quando funcionava, pelo menos 250 partos eram realizados mensalmente na Maternidade Santa Maria. A unidade possuía 28 leitos para atender as mães e realizava além de partos, cirurgias uterinas e eletivas, atendimentos de pré-natal, obstetrícia, ginecologia, consultas simples e consultas que envolvem procedimentos clínicos.
O atendimento da maternidade beneficiava além da população de Mangabeira, toda a Zona Sul da Capital e ainda os municípios de Alhandra e Conde, segundo Edson Cruz.
Ele ainda acrescenta que após o fechamento da Santa Maria, pelo menos dois partos de moradoras de Mangabeira foram realizados dentro de veículos por falta de atendimento mais próximo. Uma delas foi a jovem Kely Simone Medeiros, que deu à luz a um menino dentro de um veículo no último dia 6 de outubro, porque não deu tempo chegar à maternidade Cândida Vargas, no centro de João Pessoa.
Ele argumentou um dos motivos que move a manifestação que pede a reabertura do equipamento: "as maternidades disponíveis são a Cândida Vargas, a Frei Damião, e o Hospital Edson Ramalho, todos distantes e muitas vezes as mulheres mais carentes não têm recursos se deslocar até esses locais, por isso a importância do funcionamento da Santa Maria".
O deputado João Gonçalves abraçou a causa e esteve toda a manhã na manifestação e acompanhando os moradores nessa reivindicação. Segundo ele, a saúde do conjunto foi comprometida com o fechamento da Maternidade “a Santa Maria não era apenas uma maternidade onde as mães davam à luz, era uma unidade de saúde que oferecia outros serviços importantes para a população. Não pode um governo fechar um equipamento da saúde assim, sem preencher com outra unidade. A prefeitura deve se pronunciar e se preocupar em melhorar a saúde da população e não piorá-la”, argumentou