Os dados de uma pesquisa realizada pelo professor doutor Antônio Berto Machado, do Departamento de Educação da UFCG, revelam a desigualdade presente na instituição de ensino público e gratuito de Campina Grande. Segundo o levantamento, 60,52% dos estudantes de medicina da universidade são brancos, enquanto 38,75% se declararam negros ou pardos. Os dados foram obtidos a partir da catalogação das fichas dos matriculados na UFCG.
“Necessitamos de políticas afirmativas de cotas para que o acesso a universidade seja democratizado. Não podemos conviver com essa realidade e achar que isso é normal. O vestibular trata indivíduos desiguais como se fossem iguais”, revelou o professor Berto Machado.
Outros dados revelados pelo pesquisador chamam a atenção. Dos estudantes aprovados no vestibular, 57,48% estudavam em escolas particulares, enquanto que 41,28%, estiveram durante o ensino médio nas salas de aula de instituições públicas. “90% dos estudantes de medicina da UFCG pagavam escola particular e o restante freqüentou instituições federais de educação. Os cursos top de linha são extremamente elitizados”, finalizou o pesquisador.