O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que vai se "conter" em discursos para não pagar novas multas à Justiça Eleitoral. Lula disse que vai ter que "trabalhar o resto da vida" para pagar multa se mantiver sua rotina de falar de improviso nas cerimônias do governo federal.
"Hoje eu vou ler o meu discurso. Hoje eu vou ler porque estou sendo multado todo dia, e daqui a pouco eu vou ter que trabalhar o resto da vida para pagar multa. Eu vou me conter aqui, depois vou dar um improvisozinho rápido para falar para vocês", disse Lula ao encerrar a Conferência Nacional de Educação.
No final de março, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu multar o presidente em R$ 10 mil por propaganda eleitoral antecipada. A propaganda teria ocorrido em janeiro deste ano na inauguração do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados de São Paulo.
Foi a segunda multa que o presidente recebeu por propaganda antecipada. Também em março, o ministro do TSE Joelson Dias determinou a aplicação de multa de R$ 5.000 ao presidente Lula por propaganda eleitoral antecipada na inauguração de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) de Manguinhos e Complexo do Alemão, no Rio, em maio do ano passado.
A oposição promete continuar a ingressar com representações no tribunal contra o presidente sempre que Lula utilizar atos do governo para falar da pré-candidatura petista, Dilma Rousseff.
Campanha
Falando para uma plateia de 3.000 pessoas, o presidente foi saudado como "guerreiro do povo brasileiro". Os educadores presentes no encontro também gritaram palavras de apoio à ex-ministra Dilma Rousseff. "O povo decidiu. Agora é a Dilma presidente do Brasil", gritaram os educadores.
No discurso, Lula voltou a criticar a oposição, especialmente as gestões anteriores do país. "Alguns dos nossos opositores acham que democracia é um pacto de silêncio. Para nós, democracia é um ato de muitas manifestações da sociedade brasileira. Democracia inclui, necessariamente, a participação efetiva dos cidadãos nas decisões que transformam o cotidiano da sociedade", disse.
Assim como Lula, o ministro da Educação, Fernando Haddad, também criticou gestões anteriores. "Não tenho registro que alguém, em oito anos, tenha feito tanto pela educação. O nosso país estava acostumado, em educação, a uma política de foco derivada da falta de compromisso com o financiamento. E isso era derivado do não-enfrentamento e da falta de vontade política de fazer a educação a prioridade do nosso país", afirmou o ministro.
Folha Online