A duas semanas de deixar o cargo, o presidente Lula disse invejar a sucessora, Dilma Rousseff, pelo fato de que ela assumirá o país "depois do governo Lula".
Ele fez a declaração em tom de brincadeira, após exaltar os próprios feitos no cargo em festa da revista "IstoÉ".
"Ouvindo a Dilma falando eu fiquei pensando: "Poxa, eu podia ter herdado um país que ela vai herdar depois do governo Lula", disse.
O presidente ironizou o FMI (Fundo Monetário Internacional), que segundo ele dava palpites "em todas as crises de países pobres".
"Eu até pensei que ele não existia mais. Só fui saber que ele continua existindo porque o Guido Mantega [ministro da Fazenda] vai na minha mesa pedindo para a gente emprestar dinheiro para o FMI."
Dois dias após o Wikileaks divulgar telegramas em que diplomatas americanos relatam conversa do ex-presidenciável José Serra (PSDB) com um diretor da petroleira americana Chevron, o presidente fez uma referência indireta ao episódio:
"Hoje cochicham contra a Petrobras na esperança de entregar o pré-sal para as petroleiras internacionais".
Segundo o telegrama confidencial, Serra teria prometido a um diretor da Chevron mudar o modelo proposto pelo governo para a exploração do pré-sal.
O tucano negou a conversa em carta enviada à Folha.
Lula recebeu o prêmio "Brasileiro da Década" em festa da revista "Istoé" num clube de São Paulo. Ele embarcou ontem para Foz do Iguaçu (PR).
Folha Online