Diante das queixas generalizadas da oposição, que repercutiu intensamente a queda de braço do Governo do Estado com médicos do Hospital de Trauma de João Pessoa e professores da rede estadual de ensino, o líder governista na Assembleia Legislativa, Lindolfo Pires (DEM) foi à tribuna para defender a gestão estadual. Inicialmente, ele repreendeu o tom dos oposicionistas e de maneira indireta se referiu ao colega Raniery Paulino (PMDB), responsável por adjetivar o governador Ricardo Coutinho (PSB) como "doente mental". Lindolfo lembrou os embates travados na época do governo de José Maranhão (PMDB) e disse que àquela época, apesar de fazer oposição, se pautou pela ética no tratamento para com as autoridades constituídas:
– Eu sei quais são os dois lados do balcão. Fui oposição ao último governo, mas nós nos pautávamos pela ética com o tratamento ao governante. Criticávamos quando ele não agia de acordo com o anseio da sociedade. Agora, a oposição está a postos com todos os armamentos bélicos disponíveis para tentar combater o atual governo. Ricardo Coutinho completa hoje cinco meses e a oposição faz cobrança como se o Governo tivesse cinco anos de gestão. Ninguém, em sã consciência, poderia deixar de ver que o Estado tinha um comprometimento de 56,7% com a folha de pagamento. O antecessor sabia que tinha ultrapassado a Lei de Responsabilidade Fiscal. Por isso, o novo governador não pode descumprir a legislação. Acham que ele para governar bem terá que rasgar a constituição? O governador vai baixar esse comprometimento para depois atender os anseios do funcionalismo.
Finalmente, o líder negou que procedesse a informação divulgada pela oposição segundo a qual 420 mil alunos das escolas estaduais estariam sem aulas desde o início da greve dos professores.
– Isso é mentira! Temos uma adesão de 15% à greve e só faltam dois pontos das reivindicações para serem negociados e acredito que esteja resolvido até a próxima assembleia dos professores.
Lindolfo Pires ainda lembrou a aprovação, ocorrida no mês de outubro passado, da PEC 300. Ele citou que o projeto era inconstitucional e criticou José Maranhão por sequer ter incluido a previsão de pagamento do benefício para os profissionais de Segurança Pública no Orçamento de 2011:
– A irresponsabilidade era tanta que no Orçamento do Estado não havia a previsão da PEC 300. Nem essa previsão eles tiveram o cuidado de fazer. Mesmo o pagamento da PM relativo a 2011 é menor que o do ano passado. Vai vir à Assembleia um pedido do Governo para fazer o pagamento dos atuais valores aos policiais.