O deputado estadual Gervásio Filho, líder do PMDB na Assembleia Legislativa, ironizou o esforço do líder governista no poder legislativo estadual e garantiu que o bloco de oposição vai continuar manobrando para barrar as votações no plenário. Há pelo menos duas semanas, os adversário do Governo do Estado têm se retirado do plenário antes da ordem do dia, impedindo que haja quorum para as votações.
– Nós estamos unidos e vamos permanecer assim até que o Governo deixe de se fazer de doido e receba as categorias. Os médicos e os professores enfrentaram a Justiça, mas não conseguiram falar com o governador. Mesmo assim, o Governo tem 21 deputados na Assembleia. Só são necessários 19 para as votações. Então, eles não precisam de nós. Eles precisam apenas unir os governistas", disse o parlamentar em entrevista concedida na última sexta-feira ao Tambaú Debate da Rádio Tambaú FM.
Mais incisivo, o deputado peemedebista negou a possibilidade de aderir ao Governo, como foi especulado meses atrás, e fez diversas críticas ao governador Ricardo Coutinho (PSB), cuja coordenação de campanha à reeleição ele assumiu em 2008, quando o socialista disputava a recondução para a prefeitura de João Pessoa:
– Dizem que poder e dinheiro não é para todo mundo. Por que as coisas começaram a mudar? Em 2006, Ricardo estava de mãos dadas com José Maranhão e dizia que ele poderia reconstruir a Paraíba. Quando a perspectiva do Palácio da Redenção começou a surgir, Ricardo mudou e foi incoerente. Esqueceu todos os elogios feitos a Maranhão em 2006 e passou a dizer que ele não prestava mais. Começou o distanciamento. Ele se aliou a Cássio para chegar ao Palácio da Redenção. Mas, tudo que Ricardo pregou no passado, está mudando. Ele não abre as portas do Palácio para se reunir com os servidores. E qualquer proposta que eventualmente fosse feita a mim, eu levaria para conhecimento do partido porque eu sou um homem de partido.
Ao contrário do que disse o colega Trocolli Júnior, contudo, Gervásio Filho negou que tenha sido convidado para exercer a Chefia de Governo. O eventual convite foi tratado pelo parlamentar como "especulação".