Em um depoimento prestado no último dia 9, o ex-prefeito de Cabedelo, Leto Viana, confessou as acusações que lhe foram feitas na Operação Xeque-Mate, que apura um esquema de corrupção iniciado com a compra do mandato de Luceninha, seu antecessor, e se estendeu pela gestão de Leto. Ao delegado Fabiano Emídio, ele confirmou que o mandato de Luceninha realmente foi comprado e acrescentou que o dinheiro utilizado para isso veio do empresário Roberto Santiago, dono do Mangabeira e Manaíra Shopping, com o objetivo de impedir a construção do Shopping Pátio Intermares, um empreendimento do Grupo Marquise que acabou sendo abortado devido à ingerência política e empresarial do concorrente.
Leto acrescentou que o radialista Fabiano Gomes, junto com o empresário Olívio Oliveira e o então vereador Lucas Santino teriam aplicado um golpe em Luceninha, ficando com o dinheiro da compra do mandato para supostamente pagar dívidas de campanha do ex-prefeito, o que nunca teria sido feito.
Fabiano e Olívio teriam, a partir da gestão de Leto, recebido uma mesada vinda do desvio mensal dos contratos da empresa de limpeza urbana. Para Gomes seriam inicialmente R$ 30 mil que foram reduzidos posteriormente para R$ 20 mil. A Olívio caberiam R$ 5 mil. Já Roberto Santiago exigiu R$ 100 mil mensais, mas teria recebido “apenas” R$ 70 mil.
Quatro vereadores ainda foram citados por Leto como recebedores de dinheiro proveniente de propina para que dessem sustentação a Roberto Santiago na Câmara. Segundo o depoimento, seriam Janderson Brito, Benone, Jonas Pequeno e Josimar. Leto repassou à PF as promissórias assinadas pelos quatro ao receberem R$ 200 mil para suas campanhas.
Confira o inteiro teor do depoimento de Leto Viana: