O julgamento de Edmilson Souza da Costa, réu do caso Maria do Céu, presidente da Associação das Louceiras Negras da Serra do Talhado, foi adiado. O julgamento estava marcado para esta quinta-feira no Fórum Miguel Sátiro, em Patos. A justiça definirá a nova data.
Maria do Céu foi morta e teve o corpo ateado com fogo por Edmilson dentro de casa na frente dos filhos em 2013. Ela sofreu queimaduras e não resistiu ao ataque.
A juíza Isabella Joseane adiou o julgamento alegando que a advogada de defesa do réu não compareceu e também não tinha a presença da Defensoria Pública.
O caso
O crime aconteceu no dia 27 de setembro de 2013, na cidade de Santa Luzia. Na ocasião, Edmilson, que era ex-companheiro dela, ateou fogo no corpo da ex-mulher e também no próprio corpo. As chamas atingiram a filha de Céu e também a casa, que ficou destruída. Após mais de uma semana em coma induzido, com 70% do corpo comprometido pelas queimaduras de terceiro e quarto graus, Céu morreu, no dia 6 de outubro, no Hospital de Traumas do município de Campina Grande.
Céu deixou quatro filhos, sendo um maior de 22 anos e três menores de idade, com 10, 12 e 14 anos.
Céu das Louceiras, como era conhecida, era artesã em peças de barro, uma pessoa atuante na comunidade e estava à frente da Associação Comunitária das Louceiras Negras da Serra do Talhado, aonde teve forte atuação na luta pelo reconhecimento do território tradicional. Sendo uma liderança local, se tornou referência para as comunidades tradicionais quilombolas na Paraíba.
De acordo com os familiares dela, Edmilson não aceitava o fim do relacionamento, que era permeado por ciúmes e comportamentos agressivos e de posse, furtando seus pertences e fazendo-a passar por humilhações. Ele, inclusive, impedia a participação dela na vida familiar, social e comunitária.