Em audiência de custódia realizada na tarde desta quarta-feira (20), na Capital paraibana, o juiz Tércio Chaves de Moura, titular da 2ª Vara Criminal, indeferiu o pedido de revogação da prisão preventiva feito pela defesa de Luana Alves da Silva, conhecida como “Senhora das armas”, mantendo a segregação da mesma, determinada, também nesta quarta. Ela está sendo investigada pela suposta prática dos delitos do artigo 12 e 16 da Lei 10.826/2003, respectivamente, ‘posse irregular de arma de fogo de uso permitido’ e ‘posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito’.
Conforme informações do Juízo, Luana foi presa em flagrante na última sexta-feira (15), com a posse de armas, e liberada durante audiência de custódia ocorrida no dia seguinte (16), mediante aplicação de medidas cautelares. No entanto, aportou no Juízo um pedido de prisão preventiva com busca domiciliar da investigada, que foi deferida, com concordância do Ministério Público, alegando um fato novo: que Luana, supostamente, faria parte de uma organização criminosa denominada “Ocaida” e que as armas seriam distribuídas em diversos bairros da Capital para serem usadas em ações delituosas.
No termo de audiência, o juiz declarou que os fatos novos levaram o Juízo a colaborar com as investigações policiais, visando uma melhor colheita das provas. “O pedido de liberdade firmado nesta audiência pelo advogado, por enquanto, não tem como prosperar, nada impedindo que, em breve espaço de tempo das investigações, especialmente com a chegada do inquérito, possa se ter melhor esclarecimento”, afirmou o magistrado.
Luana Alves da Silva foi presa pela Polícia Militar na semana passada, com oito armas de fogo. De acordo com o delegado Wagner Dorta, quando Luana foi solta pela primeira vez, a comunidade fez festa para recebê-la, com uso de fogos de artifício. O fato foi noticiado pela imprensa local e divulgado em redes sociais.
Para Dorta, os festejos foram patrocinados por uma facção criminosa. “Após a presa ser liberada pela Justiça durante a audiência de custódia, a Superintêndencia de Polícia Civil me designou em caráter especial para apurar o caso e determinei que a equipe fizesse novas investigações”, explicou o delegado.
Com as novas investigações, a Polícia Civil encontrou elementos suficientes que comprovam a atuação criminosa de Luana. Essas informações foram levadas ao Poder Judiciário que decretou a prisão preventiva contra ela. “Descobrimos que ela tem envolvimento com grupos criminosos, prestando apoio logístico, com a guarda das armas usadas por eles. A ligação dela com o crime é tão evidente que o grupo criminoso patrocinou uma festa para comemorar quando Luana foi solta pela Justiça”, acrescentou o policial.