O Centro Knight para o Jornalismo nas Américas acaba de lançar a versão em português do “Manual de Edição em Jornalismo Científico do KSJ/MIT”. O jornalista André Biernath assina a edição e a coordenação geral do projeto, e a designer Raquel Abe foi responsável por paginar os capítulos e deixá-los dentro do projeto editorial proposto.
Na obra, cuja edição em português contou com o trabalho de edição e adaptação de Juliane Duarte,
Mariana Lenharo e Meghie Rodrigues, o leitor encontra farto material para se aprofundar sobre o tema, inclusive com contextualizações à realidade brasileira (apontadas sempre que a equipe local julgou necessário). Com quase 300 páginas, a publicação também tem versões em inglês e espanhol e pode ser baixada de forma gratuita.
A abordagem de temas científicos sempre foi algo deixado um pouco de lado pela imprensa brasileira, principalmente da forma correta. Com a chegada da epidemia de covid-9, aí sim, percebemos como havia lacunas no caminho entre a redação, a fonte e o leitor. Termos ignorados, processos desconhecidos, dificuldades em encontrar a fonte mais capacitada foram alguns entraves vividos por muitos jornalistas.
Pela leitura rápida que fiz de alguns pontos do manual, percebo que é um livro para ser lido com calma e muita atenção. Mais: como a própria obra aponta, a expectativa é que seja útil “no dia a dia das redações e possa ajudar repórteres, editores e demais profissionais envolvidos na produção de conteúdo jornalístico de ciência nas diferentes plataformas de mídia”.
Ao longo do livro, são abordadas questões como processo de publicação, preprints, como ler um artigo científico, como encontrar e selecionar fontes e como evitar o falso equilíbrio. O manual também ensina como compreender estatísticas – tema, aliás, que é eterna dor de cabeça para os jornalistas, que muitas vezes empacam no texto, porque não entendem o que é média, mediana e moda, tampouco sabem como questionar dados e contabilizar a incerteza.
O tema da checagem de fatos, claro, também está no manual. E ganhou um capítulo inteirinho! Nele, o leitor encontra os três modelos de Fact-Checking, o processo de Fact-Checking, como é a criação de um sistema de verificação de fatos e como trabalhar com Fact-Checking profissional, dentre outras questões. Enfim, é uma obra riquíssima e que muito acrescenta à prática jornalística. Recomendo a leitura!
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Chove na horta – A agência de publicidade e design LAB 678 lançou o site “Brasil com S”, um banco de imagens que reúne “pessoas reais para pessoas iguais, cada uma do seu jeito”. O site conta com cerca de 240 imagens de pessoas sem estereótipos. As fotos são gratuitas, mas é bom ler direitinho os Termos de Uso, para não haver problemas depois com direitos de imagem.
Encontro virtual – De 19 a 21 de novembro, será realizado o I Encontro Regional de Jornalistas do Nordeste, com o tema “O trabalho do jornalista em tempos de pandemia, desinformação e plataformização”. O evento pioneiro é uma ação conjunta dos sindicatos de jornalistas profissionais dos nove estados nordestinos e será totalmente on-line. A expectativa dos organizadores é reunir 300 participantes, e as inscrições devem ser feitas pelo link: https://forms.gle/M5wtDoWXjHbPHLTd9.