A 13 dias do término do prazo de filiações partidárias e com a eleição presidencial cada vez mais visível no horizonte, os ânimos dos presidenciáveis estão acirrados. PT e PSB entraram em rota de colisão após o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, ter ordenado o desembarque do governo. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) apresentou o novo programa na televisão e reuniu os correligionários em Alagoas. A Rede de Marina Silva reuniu-se a portas fechadas em busca de alternativas caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não autorize a criação do partido. E José Serra (PSDB) ainda está indeciso sobre o futuro político.
A saída antecipada do PSB da base de sustentação do governo Dilma Rousseff aprofundou divisões dentro do PT, já tensionado pelo processo de eleição do presidente da legenda, programada para novembro. Uma ala do partido, liderada pelo presidente do PT, Rui Falcão, é apontada como a origem do movimento de pressão que acabou levando o presidente do PSB, Eduardo Campos, a entregar os cargos da legenda na administração federal e anunciar oficialmente o desembarque do partido da base aliada.
Para ganhar tempo, a presidente Dilma Rousseff pediu, na última quinta-feira, para o ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho, esperar até a próxima semana para conversarem melhor. A presidente também deve voltar a se encontrar com Eduardo Campos, que foi na quarta-feira ao Planalto comunicar formalmente a decisão do PSB de se retirar da base.
Adversário de Falcão na disputa pela presidência do PT, o deputado Paulo Teixeira (SP), capitaneia a ala petista que defende maior proximidade da legenda com o PSB de Campos. “Nosso distanciamento não será bom para o governo, já que se trata de um aliado com forte identidade programática. Nem para o PSB, já que o caminho que se desenha sem o PT é o da aproximação com as forças que sempre fizeram oposição aos avanços no Brasil”, pregou Teixeira, em nota divulgada na última quarta-feira, pouco depois de o PSB oficializar que entregaria seus postos no governo e passaria a integrar a ala dos independentes no Congresso.
Como o PSB está coligado ao PT em seis estados, e há chances concretas de a disputa presidencial ser decidida só no segundo turno, Teixeira acha um erro brigar com um aliado neste momento. Especialmente porque Eduardo é forte no Nordeste, região pela qual Aécio começou ontem o ciclo de encontros do PSDB.
Ciclo encerrado
Em Maceió, durante encontro regional do PSDB Nordeste, o presidente do partido, Aécio Neves, fez elogios ao governador pernambucano, provável adversário dele na corrida presidencial do próximo ano. “Eduardo é conhecido como um homem público que enxerga lá adiante, e não tenho dúvida de que esse desembarque ocorreu em razão da percepção que nós já temos há muito tempo, e ele passa a ter de forma clara agora, de que esse ciclo de governo do PT está se encerrando”, afirmou o senador, que também é o presidente nacional do PSDB. Ele ainda disse que os programas de transferência de renda estão no DNA do PSDB.
Correio Braziliense