Carlos Ruiz

Carlos Enrique Ruiz Ferreira é mestre e doutor pelo Departamento de Ciência Política da USP; pós doutor pelo Departamento de Filosofia da USP; professor doutor associado de Relações Internacionais da UEPB. Atualmente é coordenador geral do Centro de Estudos Avançados em Políticas Públicas e Governança (CEAPPG) e coordenador do curso de Relações Internacionais da UEPB
Carlos Ruiz

João Pessoa e os ODS

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Carlos Ruiz e Laís Helena Farias

 

As cidades litorâneas possibilitam uma conexão com a natureza e, muitas vezes, despertam o sentimento de aconchego e alegria por parte dos turistas e daqueles que nelas vivem. João Pessoa, nesse cenário, vem se tornando um ponto de referência nacional, sendo cada vez mais conhecida.

Por outro lado, a cidade enfrenta alguns dilemas sobre o meio ambiente, que prejudicam a população e deixam sérios riscos ambientais para o ecossistema. Neste ano, alguns temas ganharam as manchetes dos jornais, como o alargamento da orla pessoense, a falta de saneamento básico em alguns bairros e o desmatamento em prol da especulação imobiliária. Defensoras dos direitos humanos, arquitetas, biólogas, pesquisadoras das universidades, ambientalistas, foram chamadas ao debate.

No campo das Relações Internacionais e da vida cotidiana dos indivíduos e coletivos nas cidades, esses problemas situam-se nos marcos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os ODS são 17 objetivos e 169 metas desenvolvidas pela ONU dentro da Agenda 2030 para alcançar o desenvolvimento sustentável. Trata-se de uma aliança internacional, que envolve os poderes públicos, a iniciativa privada e a sociedade civil.

As mudanças climáticas e a degradação ambiental estão por toda parte, sendo necessário que, em particular, os governos e organismos internacionais liderem o debate e proponham uma melhor qualidade de vida para a sociedade. Dentre as reivindicações, estão incluídas a redução da pobreza e da fome, a luta pelo fim das desigualdades, a preservação ambiental e de ecossistemas e a aplicação da sustentabilidade na economia, nas indústrias e na infraestrutura das cidades. Portanto, a ONU, nesse caso, se tornou um fórum importante e protagonista mundialmente para promover resoluções concretas de problemas graves (ao contrário, diga-se de passagem, de seu fiasco para resolver as guerras que infelizmente observamos nos dias de hoje).

Sobre o tema do meio ambiente, fomos conversar com Ruan Navarro, um dos coordenadores do grupo local do Greenpeace em João Pessoa. Ele sustenta que a cidade enfrenta tanto dinâmicas atuais preocupantes para o meio ambiente, como também existem outros aspectos históricos que resultam em problemas acumulados para o ecossistema da cidade, como as construções de risco na barreira do Cabo Branco. O biólogo afirmou que o projeto de alargamento da orla de João Pessoa, alvo de muitas críticas de organizações da sociedade civil, poderia causar um estrago ambiental e climático na cidade, colaborando também para a perda de vida marinha e vegetações.

Navarro aponta outros desafios para o meio ambiente em João Pessoa, que englobam a falta de saneamento básico em áreas mais desafortunadas, um direito que deve ser assegurado e que garante uma melhor qualidade de vida, além de contribuir para a melhora da questão ambiental como um todo. Já o setor imobiliário e o setor de turismo são atores-chave no desmatamento de algumas áreas da cidade, o que gera a perda da vegetação da Mata Atlântica e sua biodiversidade. Entretanto, muitas vezes são priorizados os interesses econômicos advindos dessas práticas degradantes ao meio ambiente. Nessas pautas, destacam-se também os debates promovidos pelo Instituto de Arquitetos da Paraíba, além de setores da academia, em especial das universidades públicas paraibanas.

O tema do desenvolvimento sustentável nunca foi tão atual para nossa cidade e para o Estado como um todo, e seu conhecimento se torna cada vez mais imperativo para que alcancemos condições dignas para a vida de uma forma geral. A natureza é um espaço de vivência e intercâmbio entre os seres vivos que habitam o planeta Terra, englobando diversas espécies e inúmeras interações entre os entes que a compõe, além de protagonizar espetáculos magníficos e únicos, como as paisagens. A vida natural é resultado de milhões de anos de processos biológicos, que constitui tudo ao nosso redor, e cada partícula de quem somos. Diante disso, é importante entender o meio ambiente como nossa casa (como também o disse o Papa Francisco), na qual devemos amar, cuidar e resguardar, em prol das nossas filhas e netas, e tantas outras gerações que estão por vir.

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