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João Gonçalves cancela licença e Ricardo Barbosa sai do mandato

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O deputado estadual João Gonçalves (PSDB) deve reassumir hoje à tarde seu mandato na Assembleia Legislativa depois de muito reclamar da publicação, no Diário do Poder Legislativo, de um pedido de licença por 129 dias, dos quais quatro seriam para tratamento médico e o resto para resolver assuntos pessoais. João adiantara ontem ao Parlamentopb que poderia, inclusive, recorrer à Justiça para voltar ao plenário. As queixas convenceram o presidente da Casa, Arthur Cunha Lima (PSDB), que decidiu revogar a licença de João.

O fato revoltou o suplente, Ricardo Barbosa, que passou a noite sem dormir e encaminhou ao jornalista Luis Tôrres uma carta na qual expressa sua mágoa com a situação. Confira o texto:

"Ainda é madrugada à noite se me faz indormida, ante os acontecimentos e fatos vividos nas últimas horas…
 
Ontem, no início da manhã, como se fora prenuncio do que mais tarde viria a se confirmar, enviei a seguinte mensagem para o meu amigo e comandante político, Cássio Cunha Lima: Cássio, me inquieta sentir ou perceber que é inglório o exercício da coerência e da lealdade!
 
…Amigo Luis, me permita assim tratá-lo, acho que cassaram meu “mandato”! É isso mesmo, penso que, novamente, volto à condição de suplente. Ainda é muito cedo da manhã e, por isso, não sei se o Diário do Poder Legislativo – DPL, já traz de volta à titularidade da atividade parlamentar, o deputado “licenciado”João Gonçalves.
 
… Toda a Paraíba tomou conhecimento do meu retorno a Assembléia, no último dia 31 de março – semana passada. Também foi pleno de publicização o fato de que após o meu assento na Casa de Epitácio Pessoa, em decorrência da vacância gerada a partir da convocação do deputado Dunga Júnior para ocupar uma Secretaria Municipal desta capital, o deputado João Gonçalves, declarou arrependimento e anunciou que iria interromper a licença que acabara de tirar, gerando a convocação do primeiro suplente Pedro Medeiros.
 
O meu desejo, agora, Luis Torres, era dizer, hoje, em entrevista Coletiva de Imprensa – no plenário da Assembléia, tudo quanto corrói e inquienta a minha alma, agora, extremamente sofrida… Decidi, então, ouvindo minha amada IZA que, em inefável e permanente solidariedade, também não dormiu esta noite. Disse-me, insistentemente: não fale nada, Ricardo. Entregue nas mãos de DEUS, ele proverá!
 
Assim, buscando atendê-la, mas, sem poder deixar de contemplar mesmo que minimamente a minha inquietude, peço-lhe, humildemente que, através desse seu conceituado BLOG, se me faça porta voz dos questionamentos que abaixo seguem:
A quem interessaria, nesse instante, averiguar o que leva um parlamentar a solicitar licença – previamente pactuada e acordada – , sair para entregar na sala vizinha um atestado médico que, em tese, convalidaria o seu afastamento e horas depois recuar das suas motivações? Digo em tese porque o deputado tirou, concomitantemente , licença de 125 para “tratar de interesses particulares”,fato que por si, já geraria a convocação do suplente.
 
Recuso-me a acreditar nas declarações atribuídas ao deputado e fartamente veiculadas pelo noticiário político e, sobretudo, nas conversas de bastidores, que teria sido o Senador Cícero que pressionara e convencera João Gonçalves a recuar de seu pedido de licença.
 
Logo Cícero, com quem trabalhei no Governo da Paraíba; que coordenei suas duas vitoriosas campanhas a Prefeito de João Pessoa; que atuei e dei o melhor de mim, em Brasília, como Representante dessa mesma Prefeitura; que coordenei sua assessoria quando foi Ministro Chefe da Secretaria Especial de Políticas Regionais? Logo o Senador Cícero, por quem fui às ruas na renhida construção de sua vitoriosa candidatura ao senado… Difícil acreditar, não? Fico a pensar se o senador Cícero que foi capaz de impetrar uma ação judicial para cassar a minha suplência de deputado, achasse pouco e fosse capaz, também, de se permitir a gesto menores, mesquinhos e rancorosos como esse… Não! Não posso dar verdade a isso.
 
Tenho igual dificuldade de acreditar que o ilustre deputado João Gonçalves tenha sido guiado, como igualmente noticia a imprensa, pela pressão e pelo maniqueísmo que se fizeram marcas do modelo Maranhista de governar! Ou teria sido os “talentos” do Palácio da Redenção o fator persuasivo a propiciar tão abrupta mudança na decisão de João?
 
Terá sido, ainda, os favores – republicanos ou não – que poderiam permear os instantes que antecedem uma votação importante como a que se avizinha: a escolha do novo Conselheiro do TCE a influenciar a repentina mudança? Não! Honrado como é meu companheiro João Gonçalves, estou certo que não se se deixaria guiar por qualquer expectativa dessa natureza.
 
Recuso-me, Luis Torres, inflexível, a acreditar que altruísta e combativo como é João; competente e aquilatada como tem sido sua trajetória política; seguidor e observador fiel dos princípios da fidelidade partidária, possa João Gonçalves, deputado de oposição, ser convencido pelo Maranhão III, que o deputado Ricardo Barbosa representaria um “mal”, um “uma abominável presença” à Assembléia e ao povo paraibano, por isso não devesse, nunca mais, voltar a ocupar a tribuna daquela Casa.
 
Recuso-me, e ainda com mais convicção, a admitir que nenhuma dessas premissas possam ser verdadeiras e que João tenha recuado apenas pelo fato de não querer a minha assunção. De não mais me querer ver deputado.Não! Logo eu, o maior amigo de João, na presente legislatura?    
Eu, Luis Torres, que fui o primeiro a idealizar, abraçar e apoiar a candidatura de João à Prefeitura de João Pessoa, mesmo tendo tido a sinceridade de dizer-lhe, por várias vezes, que não acreditava no sucesso do projeto, mas que era importante para sua carreira? Logo eu, que coordenei, desde os primeiros dias até meados do processo eleitoral, a sua estratégia de campanha, cuidando, inclusive, de viabilizar os mínimos meios de colocá-la nas ruas?
 
Como acreditar que esse João de hoje é o mesmo que ontem me jurara, reiteradas vezes, que seria capaz de se afastar da Assembléia para que eu voltasse a assumir o mandato, uma tribuna e a defesa das causas que se nos eram comuns?
 
Recuso-me, a acreditar que esse é o companheiro João, como me lembra IZA, que me ligava 20 ou mais vezes por dia, aliás, logo a partir das seis da manhã, quando eu era o líder do Governo Cássio! O estimado João Gonçalves, que me deu a honra de redigir, em seu nome, todos, absolutamente todos, os seus discursos escritos proferidos naquela Casa, certamente não é o mesmo com quem me deparo agora.
 
Recuso-me a acreditar em tudo isso. João, o boa gente, o companheiro solidário, o confidente, o parceiro, seria incapaz de indignidades do gênero. Ou teria ele mudado tanto a ponto de se tornar capaz de cometer ou promover gestos como aqueles sobre os quais você próprio escreveu, Luis Torres? Descumprir compromissos pactuados com Presidente Arthur, com o Senador Cícero e com todo o PSDB em favor do deputado Pedro Medeiros, que voltou à titularidade em decorrência da licença de João? Ou ainda, seria ele, João Gonçalves, passível de, deliberadamente, por má fé mesmo, cometer crime de Falsidade Ideológica, punível até com a perda do mandato se demandássemos junto ao Conselho de Ética, ou mesmo no Pleno do Tribunal de Justiça da Paraíba?
 
 
Lamento profundamente, meu caro jornalista Luis Torres, mas vou aninhar ou esconder no âmago d,alma o meu desencanto, o meu pranto e a minha frustação, decorrentes dos fatos que já me levaram ou que me levarão a essa espécie de “cassação” que está na iminência de ser perpetrada pela mesma caneta que há exatos oito dias me deu posse e me fez acreditar através das publicações dos Diários do Poder Legislativo – DPLs, Certidões e todos os demais documentos formais, que minha recente investidura à condição de deputado estadual era um ato pleno de legitimidade e de legalidade.
Lamento! Lamento, sobretudo, pela defesa do próprio Poder Legislativo, que tenha dificuldade de afastar da opinião pública a sensação de que não estejamos nos curvando aos caprichos e manobras do Palácio da Redenção, ou de quem dele se beneficia, para anular e silenciar qualquer voz ou contraponto que se levante em legítima oposição a esse Governo.
 
Choca-me saber que estamos retrocedendo, com a ajuda de muitos que se postam covardes e pusilânimes contra a consolidação desse verdadeiro patrimônio nacional, desse bem maior de nossa obrigação pátria, que a democracia plena e a plena liberdade de expressão.
 
Na segunda-feira, fui vetado pela SECOM estadual, de participação em seu programa Conexão Master, Luis Torres. Me censuram na TV, me censuram na Imprensa, agora me censuram, também, na Casa do povo e que, por ele, lá cheguei.
 
Ninguém, contudo, ninguém, exceto Deus, calará o grito da minha própria indignação. Outras trincheiras abriremos. E torço, como torço, para que na Casa de Epitácio Pessoa outras vozes se levantem e elas haverão de se levantar. Estou certo que outros gritos ecoarão e darão voz à verdade das ruas, aos sentimentos das praças e à revolta que se organiza, ainda silente e sedenta de comando, em defesa do reestabelecimento da cidadania paraibana.
 
Continue, amigo e Presidente Arthur, com votos antecipados, convictos e plenos de sinceridade, que seja absolutamente exitosa a luta que idealizei em seu favor e que,ao lado de tantos outros companheiros, estamos contribuindo para a sua materialização. Você Arthur, nunca esteve tão perto, quanto agora, de realizar o seu mais ambicionado e legítimo sonho: tomar assento na egrégia Corte de Contas do Estado. Como diria o poeta Ronaldo Cunha Lima, o registro soa apenas como lembrança, registro factual, e nunca como cobrança. Ademais e, notadamente, porque se me parece provável que nosso próximo encontro já se dará noutro palco que não o da Assembléia.
 
É a vida, o destino: você dando tudo prá sair e eu lutando tanto prá entrar! Siga em frente, vá adiante, Presidente, outros desafios lhe esperam e você tem currículo, competência e vocação para cumpri-los.
 
Permita-me, agora, uma confidencia, Arthur! Não vou lhe esconder que estou magoado. Mas no meu coração não há lugar para ressentimentos ou ódios. Vai passar e num amanhã, bem próximo, já não mais nos lembraremos desse fastidioso dia. Ah, meu coração haverá de se recompor e se alegrar em breve tempo, porque nele, agora, só há espaço prá DEUS. E Deus é pleno de felicidade.
 
Vou lhe revelar, também, Presidente Arthur: sem nenhum demérito para os meus colegas parlamentares que almejam ou que disputam a indicação para o cargo de Conselheiro do TCE, você é o que melhor preenche os requisitos e haverá de dar ainda mais dignidade àquele Poder. Dessa forma não lhe cobro, e, certamente, você não me deverá gratidão, tampouco reconhecimento.
 
Concluo, amigo Luis, pedindo-lhe desculpas e já agradecendo por ter feito da sua coluna a minha tribuna, dizendo a você e aos paraibanos, que esse é um até logo, não é um a despedida. Muito menos uma desistência da luta. Outros sonhos se somarão aos meus na antevisão de um futuro com liberdade, com respeito à cidadania, com tolerância aos contrários. Muitos, muitos outros somar-se-ão aos meus e quando, assim, sonharmos juntos, já não será apenas um sonho, mas o começo de uma realidade. E assim, parafraseando ou fazendo minhas as palavras de Cássio, quando o passado passar, teremos, enfim, uma NOVA PARAÍBA. A Paraíba de se VIVER!.
 
PS: entendeu agora, amigo Cássio, a razão da minha mensagem?
 
Lula, muito obrigado!

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