Por óbvio os leitores entendem que o título destes escritos refere-se ao governador João Azevedo (PB) e ao prefeito Cícero Lucena (JP).
Quanto ao dizer “frente a frente” merece explicitarmos que tem uma dimensão ainda maior que o simples “cara a cara”, dimensão esta que abraça a real avaliação técnico-operacional da questão, tendo em vista que, pela formação profissional de ambos (mais que só com o olhar “político”), eles são conscientes de que tal questão é de muita complexidade porquanto o transporte coletivo corresponde a um serviço público e essencial, que precisa ser gerenciado (como o é) por órgãos da administração pública preocupados e adotando medidas que deem sustentabilidade para a preservação desse serviço sem desequilíbrio econômico-financeiro das empresas operadoras, conciliando, também, com modicidade tarifária.
Em relação especificamente à modicidade tarifária do setor urbano, em artigo anterior já dissemos que o melhor exemplo brasileiro está na cidade de São Paulo em que a tarifa técnica necessária é atualmente de R$ 7,65 por conta do que os respectivos governos (estadual e municipal) subsidiam (por isenção de ICMS, de ISS e verbas orçamentárias) nada menos do que R$ 3,25 para que o passageiro só pague R$ 4,40.
Na dimensão de serviço/transporte intermunicipal, um dos mais graves gargalos muito prejudiciais à operacionalidade e sustentabilidade desse serviço vinha sendo a quase omissão dos órgãos pertinentes na atividade de fiscalização contra o transporte clandestino. Aqui na Paraíba, já se sabe, algumas empresas operadoras legais desse serviço “fecharam suas portas”, tal o prejuízo causado pelo serviço clandestino que não paga impostos, que não se submete a horários pré-fixados pela administração pública, que acarreta insegurança aos seus incautos passageiros porque seus veículos não se submetem aos cuidados de manutenção/prevenção recomendados pelo(s) órgão(s) gerenciador(es).
Agora, entretanto, a boa notícia que se espalhou, sobretudo no Terminal Rodoviário de João Pessoa, foi a de que o governador João Azevedo recomendou medidas – que sejam eficazes – na fiscalização contra o transporte clandestino, isto como forma preservadora do transporte coletivo regular, legal e obviamente da responsabilidade governamental.
Como já dissemos, a formação profissional do governador João e do prefeito Cícero leva-os a agirem com a devida responsabilidade técnica e de compreensão, por exemplo, de que a adoção de ar condicionado nos ônibus do serviço urbano repercute contra o valor da tarifa, porquanto esse equipamento, além de onerar o custo aquisitivo do veículo, determina maior consumo de combustível em cerca de 25%. A propósito, foi com base em estudos específicos sobre este assunto que as Prefeituras de Porto Alegre e de Curitiba optaram pela não adoção do ar condicionado em seus ônibus, já que alegaram não ter condições de aumentar seus subsídios.