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Ivan lembra expulsões de Calistrato e Firmino e se diz perplexo com gravação

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Em uma longa entrevista coletiva concedida no final da tarde de hoje na sede da OAB da Paraíba, no Centro de João Pessoa, o secretário-geral do PCB Nacional, Ivan Pinheiro, tratou de esclarecer os últimos acontecimentos divulgados a partir de uma gravação em que o candidato do partido ao Governo da Paraíba, Francisco Oliveira, dizia que ele teria recebido R$ 400 mil em troca do ajuizamento da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) que iria cassar o mandato do ex-governador da Paraíba Cássio Cunha Lima (PSDB).

Ivan negou qualquer envolvimento com a ação e, consequentemente, com o recebimento dos valores. Segundo ele, o PCB não teve conhecimento prévio da ação, que teria sido ajuizada pelo ex-presidente da legenda, José Calistrato, que acabou expulso do partido justamente pelo fato de ter dado entrada na Aije sem consultar as instâncias superiores da agremiação partidária.

– Não temos lado nas brigas das oligarquias. Era o caso da Paraíba onde Cássio Cunha Lima lutava contra José Maranhão. Nossa luta é contra o capitalismo. Quando soubemos desse processo, descobrimos que tinha sido feito por um grande escritório de advocacia. Era uma petição muito competente. Você via que por trás daquilo havia um profissionalismo do qual o PCB não era capaz. Centenas, milhares de anexos, era óbvio que era processo de quem tinha informações privilegiadas. Nós achamos que o Calistrato apenas assinou porque para aquele processo andar precisava ter um presidente regional de um partido e ele assinou.

– O PCB foi usado, então? – quis saber o Parlamentopb.

– Foi usado – confirmou Pinheiro, acrescentando – Eu não posso acusar do ponto de vista financeiro porque isso é uma coisa leviana, mas pode ter tido outro tipo de contrapartida. Nós também temos alguma responsabilidade de ter nomeado ele como presidente regional. Ele tinha tido um passado pelo diretório do PT, tinha sido da luta armada, mas quando fomos apurar, ele foi em Rondônia no fim da década, candidato a deputado pelo PSDB. Nós o expulsamos porque ele não poderia entrar com uma ação contra um governador sem a autorização do comitê central porque nosso partido não é um partido regionalizado em que cada Estado faz o que quer.

Os advogados Marcelo Weick e Fernando Neves foram classificados como representantes jurídicos que não tinham a confiança do PCB. Segundo ele, a constituição de ambos partiu da iniciativa do ex-presidente Calistrato. Ele acrescentou que, depois da cassação de Cássio pelo TRE paraibano, veio à Paraíba para impetrar um recurso contra a nomeação do segundo colocado nas eleições. Segundo Pinheiro, a ação era para a convocação de novas eleições.

Outro caso rememorado pelo secretário-geral do PCB foi a expulsão do ex-candidato a Governador pelo partido, Francisco Firmino.

– Calistrato tentou fazer com que o partido não tivesse candidato em 2006. Ele fazia parte da coordenação política de José Maranhão e nós dissemos que ele não poderia estar. Determinamos à coordenação local que tivéssemos candidato próprio. Um aceitou e foi Francisco Firmino. Isso nos gratificou muito porque ele aceitou que não passássemos de novo como laranja do PMDB. No curso do processo, Firmino, que era o responsável pelos interesses político e jurídicos do PCB, só que ele se conluiou com Maranhão, há todas evidências disso. E no dia da posse de Maranhão, há fotografias de Francisco tomando posse como auxiliar. Nós expulsamos ele do partido porque ele provou que tinha um lado. O partido foi reconstruído pela terceira vez. O único que ficou em toda essa história foi o Gervásio, que é secretário político do partido. Estive na Paraíba duas ou três vezes em pré-campanha, fiz palestra em faculdade e eles se entenderam aqui, sem distensões, formaram uma chapa com o Chico para governador e Vital Farias para Senador.

Indagado sobre a existência de um contato dele com Marcelo Weick, Ivan Pinheiro negou:

– Estou aqui por isso. Estou como secretário geral do PCB. Suspendi minha agenda da comissão política nacional para vocês virem na minha cara. Fiz questão que Gervásio e Chico estivessem aqui também. Não tivemos nenhum contato com Weick. Essa estória dos R$ 400 mil quem vai ter que explicar é o Chico Oliveira. Ouvi o desmentido que por mais que tenha sido bem intencionado, não resolve porque a confusão está instalada. E não é só na Paraíba. Isso afetou o PCB nacionalmente. A minha candidatura é o de menos porque é política, não é eleitoral. Eu não tive nenhuma conversa com Chico Oliveira de ontem para hoje. Eu disse que não queria conversar antes de vir para cá. Chico cometeu outros erros aqui por infantilidade política, apesar da idade. Não conheceu o partido onde está e a autocrítica tem que ser também do comitê central.

O Parlamentopb perguntou se, diante das duas ingerências do PMDB, admitidas por Pinheiro, não seria complicado provar que não houve uma terceira investida:

– É por isso que estou aqui e por isso que vamos tomar medidas. O eleitor sabe do comportamento nacional do PCB. Preservamos tanto a história desse partido que para nós não custou nada destituir duas direções aqui e não vai custar nada tomar outras atitudes para preservar o partido. Ele pode ser destituído, ou a direção toda. Eu quero esperar para ver o que eu faço juridicamente. Isso virou a coisa mais importante da minha campanha. Não estou no Rio de Janeiro onde moro há 64 anos para vir à Paraíba limpar o nome do partido custe o que custar.

O semblante de Ivan Pinheiro mudou quando um jornalista perguntou se ele estaria disposto a abrir seu sigilo bancário para provar que não recebeu dinheiro pela ação movida por Marcelo Weick:

– Isso eu faço com um pé nas costas. Tem muito bandido que fala isso e depois se protege. Eu só tive uma conta que foi aberta no dia 13 de agosto de 1964. Sou cliente apenas de um banco e não de 5 onde ele [Chico Oliveira] disse que eu depositei. É claro que meu sigilo está aberto. Eu fico ofendido com essa pergunta. Primeiro, é preciso perguntar para ele se eu recebi esse dinheiro. Chegar ao ponto de alguém pedir ao secretário geral do PCB abrir o sigilo bancário, é complicado. Meu partido é muito mais importante do que eu.

No final da entrevista, o secretário geral do PCB avisou que iria encaminhar ao TRE um pedido de suspensão da filiação de Francisco Oliveira, acrescentando que um procedimento interno seria instalado para apurar melhor o que aconteceu na Paraíba. Segundo ele, o candidato terá oportunidade de se defender, mas a intenção do PCB é esclarecer os fatos relacionados à gravação e à veiculação da inserção com críticas a Ricardo Coutinho no horário eleitoral destinado aos candidatos proporcionais comunistas paraibanos.

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