As atitudes falam mais que uma imagem e mil palavras. Involuntariamente, Jair Bolsonaro mostrou mais uma vez, a quem quiser enxergar, que não está à altura do cargo para o qual foi eleito. Detalhe importante: não sou eu que estou dizendo, são as atitudes dele.
Assíduo tuiteiro e ausente no papel de presidente, Jair Bolsonaro não deu uma só palavra sobre o assassinato do músico do Rio de Janeiro após uma bárbara ação do Exército, que atirou 80 vezes no carro onde estava a vítima e sua família, todos inocentes, metralhados “por engano”. O silêncio do presidente mostra total indiferença ao crime que foi cometido e revela que ele não sabe sequer o sentido da palavra solidariedade. E mostra também intrinsicamente uma estratégia de defesa da corporação à qual pertence.
Hoje, ao publicar no Twitter sua “solidariedade” ao comediante Danilo Gentili, condenado à prisão pela justiça por ter xingado a deputada petista Maria do Rosário, o presidente da República resolveu expressar sua tal “solidariedade” em nome da “liberdade de expressão” do condenado. Mentira. A intenção foi somente reacender a chama do antipetismo, do antiesquerdismo, do “anti-tudo-aquilo-que-aí-está”, a matéria-prima que o tornou presidente e o mantém vivo politicamente.
É óbvio que Jair Bolsonaro não está preocupado com liberdade de expressão. Nunca esteve, aliás. Ele pode enganar seu exército de fanáticos, mas a mim não engana. Ele fez pirraça, algo que sabe fazer com maestria. Por uma simples razão: a autora da ação que resultou na condenação do comediante é a mesma que Jair Bolsonaro disse que não merecia nem ser estuprada, episódio que resultou em ação na justiça, que condenou o então deputado a pagar uma indenização a Maria do Rosário por danos morais.
Este é Jair Bolsonaro, um homem perverso, um presidente desqualificado. As atitudes comprovam. Este é o legítimo presidente do Brasil. Esta é a maior autoridade do país, eleita pelo voto de 57 milhões de brasileiros. Aquele que tem o direito de ser e que até pode ser considerado o seu maior representante. O meu, definitivamente, nunca será.