A deputada estadual Iraê Lucena disse hoje que não teme uma eventual punição imposta por seu partido, o PMDB, cujo presidente, Antônio Sousa, anunciou uma reunião da Comissão de Ética para analisar a postura da parlamentar que apoiou, no segundo turno, a candidatura de Ricardo Coutinho (PSB) ao Governo, rompendo com o governador José Maranhão (PMDB), que disputava a reeleição.
– Fico surpresa porque divergência também aconteceu em nível nacional. Temos Pedro Simon, Orestes Quércia, Jarbas Vasconcelos que não votaram na nossa candidata a presidente que tinha Michel Temer como vice. Da mesma forma, em 2002, quando Rita Camata foi vice de José Serra, nós divergimos e votamos em Lula. Se só falam no meu nome e não fui somente eu a dissidente, se chegar a esse ponto, queremos que eu possa me defender. Tenho certeza que a defesa vai mostrar as minhas razões. Acho que não chegará a esse ponto.
A parlamentar enfatizou que foi criada no PMDB, já que seu pai, Humberto Lucena, foi presidente da legenda e um dos principais líderes históricos da sigla. Ela foi além e defendeu uma mudança na direção da agremiação:
– Com todo respeito a Antonio Souza, o PMDB deve estar na mão de quem tem votos. Nós perdemos nossa militância e identidade nos núcleos jovem, de mulheres.. o partido tem que resgatar sua identidade, sua ideologia e sua história. Temos Veneziano Vital, Vitalzinho, temos vários nomes e precisamos ter um líder que puxe as rédeas do partido.
Finalmente, ela negou que tenha recebido um convite para compor a equipe administrativa do governador eleito Ricardo Coutinho:
– Não conversamos sobre isso e desde que resolvi apoiar Ricardo Coutinho se falou em cargos. Eu vim pela unidade da política paraibana. Estou acima disso.