O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (IPHAEP) aprovou, na tarde de hoje o tombamento da Granja Santana, residencial oficial do governador, localizada no Bairro de Miramar, com 5,5 hectares. Para sua aprovação, foram levados em consideração, sobretudo, os aspectos do meio-ambiente e a preservação de árvores frutíferas e plantas ornamentais.
Atualmente, a Granja Santana é considerada uma importante área ecológica no Bairro de Miramar, local onde está em efervescência a especulação imobiliária. Destaque-se, contudo, o Bosque de Pau Brasil, plantado pela Sudema, no ano de 2000, numa homenagem do Governo do Estado às comemorações dos 500 anos de descobrimento do Brasil.
Lamentavelmente, esse nicho ecológico está cercado por arranha-céus, justifica o Iphaep ao explicar a necessidade de sua projeção que passa a ser garantida com o tombamento da área. Agora a Granja Santana passa a ser protegida conforme a Constituição do Brasil, no que se refere a proteção de bens naturais e todas as demais categorias de bens culturais.
O diretor executivo do Iphaep, Damião Ramos Cavalcanti, lembrou que pouca gente sabe que a Granja Santana possui importantes obras de arte que, hoje, fazem parte do acervo do Governo do Estado. São peças de diferentes épocas e de vários estilos, quase todas bem conservadas.
O seu mobiliário também é destacado, porque faz parte do conjunto de bens móveis integrados. São móveis de jacarandá, quase todos do final do século XIX e do início do século XX. Igualmente as louças e muitas peças de porcelana finas, importadas da Áustria, Inglaterra e Alemanha, todas do século XIX. No seu interior também existem várias obras de arte, de pintores brasileiros, muitos dos quais paraibanos.
Desde sua instalação, com a aquisição das terras pelo governador João Agripino, em 1969, através de desapropriação da propriedade de Adalberto Soares, muitas reformas aconteceram durante a estadia dos dez governadores que ali residiram nesse período.