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Intervalo entre doses da Pfizer reduzirá de três meses para 21 dias

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Brasília — O Ministério da Saúde diminuirá para 21 dias o intervalo entre as duas doses da vacina da Pfizer, o que pode conter a disseminação da variante Delta, considerada mais agressiva e transmissível. A confirmação foi dada pelo secretário-executivo da pasta, Rodrigo Cruz, em conversa com jornalistas na tarde desta segunda-feira.

Detalhes, como a data, o cronograma de abastecimento e a forma como será feita a antecipação, ainda estão sendo avaliados junto ao laboratório, ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e ao Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). A decisão final deve ser anunciada ainda nesta semana.

— A gente precisa verificar o cenário de abastecimento, porque a Câmara Técnica já sinalizou que é interessante avançar a imunização em primeira dose e, só então, quando a gente tiver um cenário mais tranquilo de imunizados com a primeira dose, a gente reduz o prazo para completar a imunização — afirmou Cruz.

Horas mais tarde, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que é possível diminuir o intervalo por causa do maior abastecimento de doses da Pfizer:

— O grupo técnico do PNI opinou por fazer um espaço (entre as duas doses) mais alargado naquele primeiro momento porque queríamos avançar na primeira dose. Mas, como as vacinas da Pfizer estão chegando agora num volume maior, é possível mudar essa estratégia. Nós já fizemos várias análises e, com as entregas que temos, é possível voltar para o prazo que está na bula (21 dias) — afirmou Queiroga.

O cardiologista também abriu a brecha para reduzir o tempo entre a aplicação das duas doses da AstraZeneca. Segundo a bula da vacina, “a segunda injeção pode ser administrada entre 4 e 12 semanas após a primeira injeção”.

— Reduzir isso aí… não há uma segurança de evidência científica de que isso trará maior eficácia nesse esquema vacinal. A medida em que surjam estudos que ratifiquem (que) ou encurtar ou prolongar pode ser mais efetivo para o nosso Programa Nacional de Imunizações, modificações podem ser feitas — completou o ministro.

O médico infectologista e presidente do Departamento Científico da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, é membro da Câmara Técnica e afirma que o momento para alterar o intervalo ainda é incerto.

Segundo Kfouri, o assunto é retomado a cada reunião semanal, para monitorar dados que indiquem as melhores estratégias. Nessa matemática os especialistas avaliam o número de vacinados, o avanço da Delta, a quantidade de vacinas que serão entregues e os últimos estudos científicos.

— Até hoje, 26 de julho, a opção frente aos dados que temos é manter o intervalo máximo possível. A recomendação continua essa. Se terminamos o esquema vacinal mais rápido, deixamos de começar com alguém, hoje não tem vacina suficiente para as duas coisas. Além disso, independentemente de termos doses suficientes ou não, temos dados que mostram que intervalos maiores podem ser até melhor para proteção. Ainda precisamos discutir melhor isso — afirma Kfouri.

O infectologista acrescenta que dados de mundo real, do Canadá e Reino Unido, tem mostrado boa proteção da primeira dose da vacina da Pfizer contra a Delta.

O prazo de 21 dias obedece o que consta na bula da Pfizer. O intervalo adotado atualmente pelo governo é de três meses a fim de ampliar a imunização parcial da população. Contudo, a proteção contra a cepa Delta é baixa com uma única dose: 10%, segundo estudo do Instituto Pasteur, da França. A taxa sobe para 95% quando completado o esquema vacinal.

Novo estudo da Universidade de Oxford realizado com 503 profissionais de saúde mostra que o intervalo ideal entre as duas doses da vacina da Pfizer é de oito semanas. A pesquisa analisou a resposta imunológica à vacina Pfizer variando de um intervalo de dosagem de três a 10 semanas. De acordo com Susanna Dunachie, a principal pesquisadora do estudo, “oito semanas é provavelmente o ponto ideal” para a segunda dose, para conseguir o equilíbrio entre obter o máximo de pessoas totalmente vacinadas o mais rápido possível e com os níveis mais elevados de anticorpos.

“O Ministério da Saúde informa que acompanha a evolução das diferentes variantes do SARS-CoV-2 no território nacional e está atento a possibilidade de alterações no intervalo recomendado entre doses das vacinas Covid-19 em uso no Brasil. O tema segue em análise pela Câmara Técnica Assessora em Imunização e Doenças Transmissíveis e está em discussão com o Conass e Conasems”, disse a pasta em nota.

Distribuição de doses

Após o desabastecimento de vacinas no Rio, o ministério avalia ampliar a distribuição de doses de uma para duas vezes por semana. Um novo lote, que chegaria à capital fluminense na terça, foi adiantado para a noite desta segunda.

— A gente está começando a estudar junto com o DLOG (Departamento de Logística em Saúde) a possibilidade, dado que o ritmo de vacinação está acelerado nos municípios, ao invés de fazer uma entrega semanal, fazer duas — declarou o secretário.

A pasta informou que distribuirá 10,2 milhões de vacinas desta segunda até quarta-feira para todo o país. No total, são 4,8 milhões de doses da AstraZeneca, 3,3 milhões de Coronavac e 2,1 milhões de vacinas da Pfizer.

Segundo Cruz, a previsão é encerrar julho com a distribuição de mais de 40 milhões de doses. Para agosto, seriam mais de 60 milhões. A pasta também negocia antecipar todo o contrato com o Instituto Butantan. O secretário não informou, contudo, quando essas doses de Coronavac poderiam ser entregues ao Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Programa de testagem

Segundo o secretário, o ministério e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estão firmando parceria para realizar um programa de testagem em massa. Ao todo, seriam de 10 a 12 milhões de exames por mês. Faltam detalhes a serem acertados e ainda não há data definida para entrar em vigor. O acordo pode ajudar a dimensionar a contaminação pela variante Delta no país.

— A testagem é uma estratégia essencial para a gente conter a circulação do vírus e, neste momento, quando há um certo arrefecimento da pandemia e uma tendência à liberação das atividades econômicas, a estratégia de testagem é fundamental para a gente conter o cenário pandêmico — continuou o número 2 da Saúde.

Há exatos dois meses, o ministério anunciou o programa de testagem em massa — com até 26 milhões de testes rápidos por mês —, que nunca saiu do papel. A pasta justifica que ainda busca recursos extras junto à Economia.

 

 

 

O Globo Online

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