Acaba de sair do forno a pesquisa “Ponto de Inflexão Internacional: Um estudo sobre impacto, inovação, ameaças e sustentabilidade dos empreendedores de mídia digital na América Latina, Sudeste Asiático e África”. Realizada pela SembraMedia, a pesquisa teve o objetivo de fomentar e fortalecer o crescente ecossistema de mídia digital, além de contribuir para que os empreendedores do jornalismo tenham a atenção e o crédito que merecem.
Foram ouvidas organizações de mídia com perfil transparente, apartidário e não excessivamente dependente de apoio governamental, e que igualmente se esforçassem para alcançar a independência financeira. Também tinham que ter publicado por um mínimo de seis meses no início de 2021, quando a pesquisa foi iniciada. A seguir, confira alguns dados da pesquisa:
- Perfil — Mais de 75% dos líderes de mídia têm formação em jornalismo e pouca ou nenhuma experiência comercial, porém 43% são os únicos responsáveis pela captação de recursos e desenvolvimento de negócios, além de atuarem como diretores, editores e muito mais;
- Geração de receita — Em todos os meios de comunicação das três regiões do estudo, as principais categorias de receita foram: subvenções, publicidade, serviços de consultoria, serviços de conteúdo e receita de leitores, nessa ordem. Importante: mais de 60% das organizações de mídia nativas digitais ouvidas informaram ter um faturamento de menos de US$ 50.000 de receita total em 2019; e 8% informaram não ter nenhuma receita, o que significa que elas dependem inteiramente de voluntários;
- Cobertura — As cinco principais áreas de cobertura citadas em todas as três regiões foram: Direitos humanos; Política; Questões de gênero/mulheres; Saúde; Meio Ambiente. A maior parte das mídias do estudo não parece competir diretamente com as organizações de notícias tradicionais. Elas preenchem lacunas de notícias e trabalham duro para atrair audiências que muitas vezes se sentem sub-representadas pelos meios de comunicação existentes em seus mercados;
- Mulheres e minorias – As mulheres representavam 38% de todos os empreendedores de mídia entre os 100 nativos digitais que foram entrevistados na Argentina, no Brasil, na Colômbia e no México. Na pesquisa, 32% de todos os fundadores das 201 empresas eram mulheres, embora os números tenham variado por região e sido significativamente mais baixos na África; 25% declararam que pelo menos um de seus fundadores representava uma comunidade minoritária em seu país: quase 30% na América Latina, 25% no Sudeste Asiático, e 20% na África;
- Ameaças e ataques — Os novos empreendimentos de mídia enfrentam muitas das mesmas dificuldades típicas das startups, mas frequentemente operam sob condições que outros fundadores de empresas considerariam impensáveis — de ataques on-line à violência física. Em todas as três regiões, 51% das organizações de mídia declararam ter sido vítimas de ataques digitais, e 40% afirmaram ter sido ameaçadas por seu por seu trabalho.
Ao longo do relatório “Ponto de Inflexão Internacional…”, são apresentadas ideias, recomendações e melhores práticas de mídia. A expectativa dos organizadores é o que conteúdo apresentado contribua para empoderar os líderes de mídia, financiadores e acadêmicos. “Além de outras pessoas que compartilham nossa missão de ajudá-los a crescer, inovar e, por fim, informar melhor suas comunidades de forma a fortalecer suas democracias”, pontuam.
