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Tragédia no Zepa: ex-policial morre depois de disparar contra 3 e matar 2 pessoas

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Uma tragédia aconteceu na noite deste sábado, 4, no bairro de José Pinheiro, em Campina Grande. Por volta das 21h40, na rua Pedro da Costa Agra, um homem identificado como Damião Monteiro da Costa, ex-policial civil, disparou contra três pessoas e depois se matou também com um tiro. A irmã do atirador, Geni Monteiro Costa, de 78 anos de idade chegou a ser socorrida junto com as demais vítimas para o Hospital de Trauma de Campina Grande, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos. Cíntia Rebeca Cosme, 22 anos, atingida por tiro no tórax, passou por cirurgia realizada pelo secretário de Saúde Geraldo Medeiros, mas morreu na madrugada.

De acordo com o Hospital de Trauma, o outro baleados foi Alisson Ramon Sales de Carvalho, 23 anos, alvejado por tiro no braço, que recebeu alta ontem mesmo.

As primeiras informações dão conta que Damião enfrentava um sério processo de depressão. A doença tem sido frequentemente diagnosticada em policiais civis e militares não apenas na Paraíba, mas no Brasil e no mundo.

Em 2018, policiais civis e militares cometeram mais suicídios do que morreram em serviço, segundo dados do 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Foram 104 suicídios no país, o equivalente a dois policiais mortos a cada semana. O número saltou 42,5% em comparação a 2017, ano que registrou 73 casos. No último ano, 87 policiais foram vítimas de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) — em geral, durante confrontos com bandidos. Elisandro Lotin, presidente do Conselho de Administração do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, responsável pelo levantamento, diz que o mito do policial herói, tido como imune a problemas, as condições estressantes da atividade e a indiferença do Estado diante dos altos índices de suicídios explicam o fenômeno:

— De um lado, o policial não pede ajuda para evitar ser visto como o fresco, o mole. Em alguns lugares, quem se afasta para se tratar tem até perda salarial. Do outro, a maioria dos estados não tem um corpo de psicólogos e psiquiatras para cuidar dos policiais. Ou tem um puxadinho ou nem tem.

O aumento de suicídios entre policiais não é um fenômeno brasileiro. Estudo da Ruderman Family Foundation mostrou que mais policiais morreram por suicídio do que no exercício da profissão nos Estados Unidos. Em 2017, 140 policiais tiraram suas vidas e 129 morreram em serviço. Os pesquisadores alertaram que o suicídio é resultado de uma combinação de transtornos mentais, incluindo depressão e estresse pós-traumático. Naquele país, a taxa de suicídio entre policiais é de 17 casos a cada mil habitantes. Para um cidadão comum, cai para 13.

Tratamentos populares – Apesar da importância do tratamento, muitas pessoas que sofrem com depressão não têm condições financeiras para arcar com os custos. Para auxiliar essas pessoas, algumas faculdades de João Pessoa dispõem de clínicas-escola que oferecem o serviço gratuitamente ou a preços populares. Nesses locais, estudantes fazem o atendimento sob supervisão de professores.

A Clínica de Psicologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) atende 160 pessoas por semana. Outras 100 ainda estão na lista de espera. O telefone de contato da clínica é o (83) 3216­-7338. “Está aberto à comunidade de um modo geral, priorizando pessoas de baixa renda e também nossos estudantes tanto do curso de Psicologia quanto do próprio campus”, explicou a vice-coordenadora, Sandra Souza.

A Facene/Famene oferece consultas nos centros de saúde e clínicas-escola da faculdade, localizados no Centro de Bayeux, na Grande João Pessoa. Qualquer pessoa que precise do serviço tem direito ao tratamento e os agendamentos podem ser feitos por meio do telefone (83) 3232-8926.

A Faculdade Maurício de Nassau, localizada na Avenida Epitácio Pessoa, tem uma clínica-escola de saúde que conta com serviços de fisioterapia e psicologia. No local, são realizados acompanhamentos com pacientes com depressão e, para ter acesso ao serviço, basta o paciente comparecer à clínica com documentos pessoais, fazer um cadastro, passar pela triagem e aguardar na lista de espera o horário solicitado pelo paciente.

A Clínica-escola de Psicologia do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), na BR-230, atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a gestora técnica, Sandra Mousinho, o atendimento é para o público em geral e para funcionários e alunos da faculdade.

No início de cada semestre letivo, os pacientes passam por uma triagem antes de serem encaminhados para o atendimento, que dura um semestre, podendo ser prorrogado. O serviço é gratuito e mais informações podem ser solicitadas por meio do telefone (83) 2106-9218.

O Centro de Apoio Psicossocial (Caps) é mais uma alternativa para quem precisa de ajuda. No espaço, mantido pela Prefeitura de João Pessoa, só são tratados casos mais graves. A aposentada Socorro Câmara teve depressão depois de perder a mãe e sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC). No Caps, ela trabalha com reciclagem, transformando lixo em arte, e conseguiu também transformar a dor em alegria. “Tudo pode se transformar em algo novo. Como nossa vida, todo dia o Sol nasce diferente. Estava escuro, agora não. Eu pinto colorido porque a minha vida é uma alegria”, disse.

Há, ainda, o Centro de Valorização da Vida, CVV, que tem um número gratuito, 188, para atender pessoas que enfrentam depressão. O CVV é uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica, reconhecida como de Utilidade Pública Federal, desde 1973. Presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato.

 

 

com G1 Paraíba e O Globo

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