A 16 dias da eleição, os guias eleitorais dos dois principais candidatos ao Governo da Paraíba resolveram aumentar a dramaticidade de suas narrativas. Tanto Ricardo Coutinho quanto Cássio Cunha Lima levaram denúncias graves ao horário eleitoral gratuito. O governador candidato à reeleição apontou negligência do tucano com a Barragem de Camará, que em junho de 2004, rompeu e matou cinco pessoas, deixando milhares de desabrigados em Alagoa Grande e mais quatro cidades da região do Brejo paraibano. Já Cássio levou ao guia o relato emocionado de uma servidora portadora de câncer e demitida na gestão de Ricardo.
Guia de Ricardo – O guia do candidato à reeleição pela coligação "A Força do Trabalho", exibido na noite desta sexta-feira (19), lembrou da tragédia da barragem de Camará, que em junho de 2004, rompeu por falta de manutenção. O governador responsabilizou a gestão do então governador Cássio Cunha Lima pela tragédia que matou cinco pessoas e deixou milhares de desabrigados em Alagoa Grande e mais quatro cidades da região do Brejo paraibano.
No programa, foi dito que em 2011, o Tribunal Regional Federal (TRF) responsabilizou Cássio pela falta de manutenção e por negligência, já que o então governador havia sido alertado sobre a possibilidade de rompimento. O ex-prefeito de Esperança, Nobinho Pedro, lembrou que os moradores das cidades atingidas esperaram por seis anos por uma providência, até que em 2011, Ricardo se comprometeu em reconstruir Camará. “As obras estão em pleno andamento”, frisou.
Em sua fala, Ricardo ressaltou que está reconstruindo Camará para fazer com que grande parte da água da barragem não vá para outros municípios. “Com o sistema adutor que estamos construindo, levaremos água para as casas dos moradores dos municípios da região do Brejo”, enfatizou o governador.
O guia ainda destacou a construção do canal Acauã-Araçagi, maior obra hídrica da história da Paraíba, que vai garantir água para 680 mil pessoas de 33 municípios do Vale do Paraíba. Também foi destacada a implantação de mais de 735 quilômetros de redes adutoras e a instalação de estações de tratamento d’água em todas as regiões do Estado.
Cássio – O programa de Cássio trouxe o relato da servidora Maria de Luz Costa Silva. Contrariando uma promessa expressa do então candidato a governador Ricardo Coutinho, no guia eleitoral de 2010, de que não iria perseguir servidores públicos a partir de 1º de janeiro do ano seguinte, ela, que era funcionária pro-tempore, foi demitida na atual gestão e deu um comovente depoimento ao guia eleitoral de Cássio Cunha Lima.
Vítima de câncer, Maria da Luz que foi contratada em 1º de janeiro de 2011 para trabalhar na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Emiliano de Cristo, popularmente conhecida como Polivalente, em Guarabira, teve seu desligamento dos quadros do governo mesmo sem nunca ter faltado um só dia ao trabalho na escola. A servidora teve de pedir licença médica, no final de abril de 2014, para se submeter a um tratamento de câncer, mais especificamente uma neoplasia maligna. Para sua surpresa, em julho, a servidora foi sumariamente afastada dos cargos e das funções, sem qualquer processo administrativo instaurado.
Passando por privações – No guia, ela disse que sobrevive com a ajuda de familiares e revelou ainda um outro dado comovente. “Na página do Facebook da escola, tem lá uma bicicleta sendo sorteada pra ajudar a comprar medicamento”, disse Maria da Luz.
Encerrando sua entrevista, Maria da Luz, visivelmente magoada, presta um depoimento comovente: “Eu acredito na Educação, mas este governo me decepcionou muito”.
Ação na Justiça – Em 18 de agosto último, Maria da Luz ingressou com uma ação judicial contra o Governo do Estado, em Guarabira. Recorrendo à Justiça Gratuita, a servidora pede para ser indenizada pelo constrangimento e por ter seus direitos atropelados por mera perseguição política, sem direito à defesa ou comunicação prévia.