Governo investe na inclusão social por meio da música e das artes

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O Governo do Estado vai investir, ainda neste primeiro semestre de 2012, cerca de R$ 1,5 milhão na criação de cinco polos do Programa de Inclusão Através da Música e das Artes (Prima), desenvolvido em parceria pelas secretarias de Estado da Cultura (Secult) e da Educação (SEE). A estimativa é de que uma média de 100 crianças e adolescentes integre o projeto, em cada unidade. O primeiro polo a ser criado é o de Cabedelo, em lançamento que acontece nesta sexta-feira (16), na Fortaleza de Santa Catarina, às 19h.

O secretário estadual da Cultura, Chico César, e o maestro da Orquestra Sinfônica da Paraíba (OSPB), Alex Klein, fizeram o anúncio oficial do Prima durante coletiva de imprensa realizada no final da manhã desta quarta-feira (14), no Casarão dos Azulejos, em João Pessoa. A orquestra administrará o Prima – que, segundo Chico César, é um programa estruturante que visa contribuir para uma sociedade mais justa por meio da música clássica e da arte em geral. “É um projeto de caráter social, por meio do qual vamos promover valores cidadãos utilizando a música e a arte. Não se trata de uma escola de música, mas de cidadania”, frisou o secretário.

Em princípio, o programa terá cinco polos funcionando na Grande João Pessoa – além do de Cabedelo, haverá o de Tibiri, em Santa Rita; e os de Alto do Mateus, bairro dos Novais e Mandacaru, na Capital. “Algumas comunidades só contam com a presença do Estado quando chega lá um carro da polícia para prender alguém ou retirar o corpo de um adolescente morto. Queremos mudar isso, reforçando a presença positiva, transformadora. Esses polos formarão grandes músicos, mas, antes disso, de lá sairão seres humanos melhores”, disse Chico César.

Para Alex Klein, a experiência musical permitirá que os alunos convivam mais harmonicamente, respeitando a disciplina, a organização e o trabalho em grupo, típicos da experiência coletiva de uma orquestra. “Na hora que a batuta desce e a música começa, não há mais pobre e rico ou branco e negro; todos são iguais”, frisou.

Expansão dos polos – O programa deve expandir novos polos para o interior ainda no segundo semestre deste ano. Já estão previstas unidades em Campina Grande, Itaporanga, Catolé do Rocha, Patos, Cajazeiras e Sousa. “Se houver demanda espontânea, sobretudo de projetos já existentes, que não necessitem de tantos recursos materiais, podemos iniciar um número ainda maior de polos do que o já previsto”, acrescentou Chico César.

Para se ter ideia, segundo a gerente de Educação Infantil e Ensino Fundamental da SEE, Aparecida Uchôa, nos três municípios que vão receber os cinco primeiros polos, existem 26 escolas da rede estadual de ensino. Dessas, 20 já executam algum projeto envolvendo música e arte. “Isso já facilita o desenvolvimento de novos polos do programa”, complementou.

Abertura e inscrições – Nesta sexta-feira (16), durante a abertura do polo em Cabedelo, haverá uma apresentação da OSPB, nas dependências da Fortaleza de Santa Catarina. O concerto blitz também se repetirá nas solenidades de lançamento dos demais polos – que ainda não têm data definida para acontecer, mas que provavelmente seguirão o cronograma de um novo polo sendo aberto a cada 15 dias. No término da apresentação na Fortaleza, uma equipe da Secult, utilizando nove computadores, estará disponível no local para efetuar o cadastramento de crianças e adolescentes interessados em participar do Prima.

Equipe – Quarenta músicos profissionais estão sendo capacitados para comandar as aulas do programa. Inicialmente, todos estarão integrados no polo de Cabedelo – que deve iniciar as atividades ainda este mês. No entanto, eles vão se desmembrar da unidade a partir do momento em que os outros polos passarem a funcionar. “Nossa ideia é que cada polo tenha quatro professores ensinando musicalização, dentro de cinco níveis. Os alunos que já integrarem o programa com nível de conhecimento avançado, poderão se tornar monitores dos iniciantes”, explicou Klein.

Investimentos
– O Prima, ainda de acordo com Alex Klein, não limitará a quantidade de alunos nem a faixa etária deles. “Trabalhamos com um planejamento de uma média de 100 participantes por polo, já que este é o número base de integrantes de uma orquestra completa. Além disso, nosso foco é a faixa etária de 6 a 14 anos. Contudo, se recebermos mais inscrições de interessados que não se encaixem nas idades especificadas, não deixaremos de fora”, garantiu o maestro.

Levando em consideração uma turma com 100 alunos, o investimento em cada polo será de cerca de R$ 300 mil, só com a aquisição de instrumentos. “Basicamente, apenas cinco ou seis instrumentos chegam a preencher, aproximadamente, 70% deste orçamento. Os outros são mais em conta, e podem até ser adquiridos por valores mais baixos, se comprados em grande escala”, acrescentou Klein.

O secretário Chico César destacou que os polos, a princípio, não funcionarão em sedes a serem construídas. “Vamos nos adequar à realidade de cada comunidade, inclusive aproveitando a infraestrutura já existente, como em escolas e associações. Além disso, esperamos contar com o apoio das prefeituras locais e de entidades parceiras”, finalizou

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