O governador Ricardo Coutinho assinou, na noite de ontem, o decreto que disponibiliza R$ 400 mil a serem destinados para os artesãos paraibanos através do programa Empreender. A proposta tem por objetivo criar microcréditos para os que trabalham nesse segmento. A assinatura se deu na abertura do 14º Salão de Artesanato da Paraíba, que acontece na Avenida Severino Cabral, no bairro do Catolé, em Campina Grande.
Antes de assinar o decreto o governador justificou a importância de disponibilizar linhas de crédito para os pequenos artesãos. “Nós estamos trabalhando a qualificação e capacitação dos artesãos até o final do ano, e estamos, também, definindo o escoamento da produção através da participação em eventos temporários e permanentes. Estamos tratando o artesanato de uma forma holística, de uma forma integral. Isso tudo com nossos parceiros, como o Sebrae. Estamos dando um grande passo hoje, com o crédito. E só neste ano iremos disponibilizar R$ 400 mil através do Empreender Paraíba”, explicou.
Para este ano espera-se a visitação de 200 mil pessoas, informou Ladjane Barbosa de Souza, gestora do programa de artesanato da Paraíba. Ela disse que o 14º Salão apresenta a produção artesanal de mais de cinco mil artesões de todo o Estado, representados por 3,4 mil pessoas que estão expondo. Além do artesanato, o visitante poderá ter acesso à gastronomia local, numa praça de alimentação montada para o evento.
O 14º Salão de Artesanato da Paraíba está homenageando os conceituados artistas José Costa Leite, considerado o maior cordelista do Brasil, e Maritônio Souza Portela, que trabalha com esculturas talhadas em madeiras com inspiração do Barroco, técnica que colocou seu trabalho em novelas e filmes, como ‘Cordel Encantado’ e ‘A Pedra do Reino’. Toda a ambientação do local está centrada no trabalho desses artistas. São painéis fotográficos, santos, anjos e pessoas. Os festejos juninos também foram contemplados na decoração.
Para Maritônio, que começou fazendo pequenos bonecos quando criança, valorizar o artesanato é valorizar a cultura local. Já Costa Leite, que iniciou a poesia em cordel e xilogravura nos anos 40, o artesanato é, antes de tudo, a identidade de um povo, por isso merece ser exposta para o mundo. Na mesma linha de raciocínio dos artistas, a artesã Ana Maria, que participou de todas as edições anteriores do evento, disse que o Salão abre as portas para os pequenos artesãos, lembrando que hoje ela emprega seis pessoas numa micro empresa que trabalha com o algodão colorido, exportando as peças para Sul e Sudeste do Brasil, e para outros países, como Espanha e Portugal.
Já Antônio Filirmino de Sousa, que fabrica brinquedos populares utilizando como material básico a madeira, informou que, graças à sua participação nos Salões anteriores, ele exporta seus produtos para todo o Brasil e outros países, como Canadá e Itália.