Em referência à passagem dos primeiros 100 dias da gestão de Ricardo Coutinho (PSB) no Governo da Paraíba, o advogado e analista político Gilvan Freire escreveu um novo artigo, divulgado pelo Parlamentopb, no qual compara o socialista a um Robin Hood às avessas. Segundo Gilvan,
Ricardo é Robin Hood às avessas
Gilvan Freire
Amadeu Cordeiro, líder dos fazendários do Estado, é filho de um homem digno e justo. Um juiz inabordável e incorruptível, Otacílio Cordeiro, já falecido. De pai para filho o DNA veiculou o gene da honestidade e do sentimento de Justiça. É esse o padrão da família. O grande magistrado foi também juiz honrado para dentro de casa.
Amadeu escreveu, recentemente, um artigo para o site www.patosemcena.com.br, comparando Ricardo Coutinho a Robin Hood, lamentando que o "arco e flecha" de Ricardo até agora só tenha atingido alvos frágeis – os pequenos servidores do Estado.
Robin Hood teria habitado a Inglaterra de tempos antigos. Era um ladrão que saqueava os ricos para dar aos pobres. Virou heroi da história.
Ainda não há notícia que Ricardo, em qualquer tempo como administrador, tenha roubado os abastados para aliviar a sede e fome dos miseráveis. Afinal, Ricardo nunca foi considerado um ladrão. Nem muito menos um heroi.
Mas, convenhamos, Ricardo tem alguma coisa que lembra Robin Hood. No imaginário coletivo ele aparece como revolucionário: um homem diferente, que pode fazer coisas diferentes. Algo assim, proteger os pobres, resolver problemas que os afligem, jogar duro com os ladrões do dinheiro público, combater as injustiças, fazer o bem a quem mais precisa e não tolerar abusos de qualquer natureza.
Não é este o Ricardo que se tem. E o que se precisa é bem outro, que também não se conhece. Curioso é que o Ricardo que se tem parece muito com o tipo de Ricardo que se quer. Dá uma confusão danada na cabeça.
Queremos um Robin Hood da atualidade que, se não tirar dos ricos, dos pobres nunca tire. Nem mesmo tire dos pobres para os pobres, que isso é forma de injustiça espalhada, horizontalizada.
Ricardo espanta pela capacidade de causar prejuízos a pobres, sem comoção. Talvez pense em eliminar uns poucos para, no futuro, salvar muitos. Isso é improvável. Levar pessoas à privação é alastrar a fome e ampliar a pobreza. Além de ser gravemente injusto, ainda quando se tratar de um só pobre. É um Robin Hood às avessas que tira dos pobres para dar a um Estado que nunca morrerá de fome e ainda serve para proteger os ricos e favorecer aos desonestos.
Quando Ricardo tira um pobre da Administração para colocar outro em seu lugar não está mudando nada. Está apenas mexendo com a pobreza. É manipulação perversa, por razões políticas e partidárias.
É como me dizia o velho comunista Mané Gago, amigo de João Ribeiro e Marcus Odilon, que vendia sapatos e amealhou dinheiro: “ – Seu doutor, nós devemos socializar a riqueza, a miséria, não”.